Foram condenados, nesta terça-feira (15), no Tribunal da Barra Funda, os assassinos da estudante de moda Bruna Marieth de Moraes, morta na noite de 26 de abril de 2012. Bruna foi assassinada, aos vinte anos de idade, durante um roubo à casa em que morava junto com os pais na rua dos Bolivianos, zona leste de São Paulo.
Na época, três homens invadiram a casa à procura de dinheiro e joias rendendo a mãe de Bruna, Iris Marieth, que estava sozinha. Bruna e o pai chegaram minutos depois vindo do supermercado.
Durante o julgamento, a mãe de Bruna, Iris Marieth, entrou em estado de choque e teve que ser socorrida e medicada no ambulatório do fórum. Sob efeito de calmantes, ela prestou depoimento abraçada o tempo todo a uma fotografia da filha.
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A juíza Claudia Carneiro Calbucci Renaux considerou procedente a ação penal e condenou os réus Jean Ferreira dos Santos e Ualaf Gustavo Siqueira Gomes, por latrocínio, a vinte anos de reclusão. Ismael Cícero Cruz de Souza foi condenado a vinte e dois anos por não ser réu primário. A juíza destacou na sentença que os criminosos agiram com tanta brutalidade que a mãe de Bruna desmaiou quando fez o reconhecimento dos assassinos.
O caso
Quando Iris Marieth estava dentro da casa com os criminosos, o pai de Bruna entrou pela porta da frente e a estudante andou pelo corredor lateral até a porta dos fundos, não percebendo que a casa estava sendo assaltada. O pai foi rendido e um dos ladrões correu para interceptar Bruna nos fundos da casa, quando todos ouviram um disparo e os bandidos iniciaram a fuga.
Iris correu até a lavanderia, onde encontrou a filha já caída com um disparo nas costas. Ela morreu nos braços da mãe. Os bandidos fugiram e dois deles ainda roubaram o carro de um vizinho que estava estacionando o veículo.
Dias depois, dois deles foram presos em outro roubo e reconhecidos pela mãe e por testemunhas: Ismael Cícero Cruz de Souza e Ualaf Gustavo Siqueira Gomes, membros de uma quadrilha especializada em roubos na zona leste. Posteriormente, foi preso Jean Ferreira dos Santos, que tinha diversas passagens pela Fundação Casa desde os 14 anos de idade.
Segundo a advogada da família, Patrícia Vega, os pais de Bruna poderão processar o Estado pela omissão na custódia de Jean quando menor, já que o mesmo escapou da Fundação Casa e não foi recapturado, negligência que teria provocado a morte da garota.
— Se isto acontecer, poderá ser estabelecido um precedente na historia jurídica do Brasil.
Patrícia lembra que Jean era fugitivo da Fundação, porém já era maior de idade quando cometeu o crime.
Iris Marieth até hoje permanece sob cuidados psicológicos devido ao trauma provocado pela perda da filha.