O segundo protesto do MPL (Movimento Passe Livre), nesta terça-feira (12), na avenida Paulista, terá apoio de ciclistas que se autointitulam "bike blocs". Eles devem se juntar aos manifestantes às 17h e ficar no final do cordão formado pelos ativistas que pedem a revogação do reajuste das passagens — a tarifa passou de R$ 3,50 para R$ 3,80 no sábado passado.
Segundo Daniel Guth, diretor da Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo), os ciclistas já tinham apoiado outros atos convocados pelo MPL.
— Está tudo interligado com a mobilidade urbana em São Paulo. Vou como cidadão, nada além disso.
Ele lembrou que os coletivos de ciclistas conseguiram adiar a consulta pública no novo formato de concessão dos ônibus da Prefeitura de São Paulo.
Apesar de uma quantidade menor de participantes confirmados pelas redes sociais — até a noite de ontem, eram 7,5 mil, ante 16 mil confirmados na sexta —, a militante e porta-voz do MPL, Laura Viana, afirmou que "não é possível fazer previsão" de quantas pessoas devem participar do ato.
— Só imaginamos que vai ser mais potente do que o de sexta. A gente acabou se desmobilizando muito fácil com a repressão [da PM].
No primeiro ato, o protesto começou pacífico no Teatro Municipal, na região central, até os manifestantes chegarem ao Corredor Norte-sul. Um grupo de black blocs invadiu a pista contrária do eixo e a PM reagiu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Houve confronto nas ruas da região, com ônibus depredados. Ao todo, 17 pessoas foram detidas. Carros da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e agências bancárias também foram atingidas. Pelo menos quatro policiais acabaram feridos.
De acordo com Laura, também não é possível prever como os black blocs vão se comportar durante o ato.
— Não temos como ter diálogo com pessoas que são completamente diferentes umas das outras. Antes do ataque da polícia, não tivemos depredação.
Líderes
A PM disse que, assim como na sexta-feira passada, os oficiais vão procurar as lideranças para ficarem "cientes do trajeto que será percorrido, conforme exige a Constituição". Segundo a corporação, "isso é necessário para que a polícia possa garantir a segurança" de manifestantes e de quem não participa dos atos. A PM disse ainda que "vai reagir sempre que houver" depredação do patrimônio.
Para o advogado Ariel Castro Neves, ex-secretário do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos), o início do ato de hoje deve ser "conflituoso".
— A gente teme que isso se estenda pelo centro com situações graves e uma maior quantidade de feridos.
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