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Cães policiais encontram mais de 31 toneladas de drogas em quatro anos, em São Paulo

Entre os entorpecentes mais apreendidos estão a maconha e a cocaína. Cachorros são essenciais para o trabalho, afirmam agentes

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

Treinamento de cães no canil da Polícia Militar
Treinamento de cães no canil da Polícia Militar Treinamento de cães no canil da Polícia Militar

Os cães policiais que atuam no estado de São Paulo impediram a venda de mais de 31 toneladas de drogas entre 2019 e 25 de abril de 2023, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

O dado foi obtido pelo R7 via Lei de Acesso à Informação e revela a importância do trabalho dos cães na polícia, segundo especialistas.

A maconha foi a droga mais encontrada pelos animais no período, com mais de 10 toneladas apreendidas. Na sequência, vem a cocaína, com 4 toneladas, e o crack, com quase 684 kg. As outras 16 toneladas são de drogas não especificadas pela corporação e podem incluir a K9 e a metanfetamina, entre outros entorpecentes.

Para o tenente Febrônio, que está à frente do trabalho no canil da Polícia Militar de São Paulo, o cão é a principal ferramenta na patrulha de pontos de drogas. "Quando o cachorro muda seu comportamento, se senta ou se deita em determinado local, a gente já sabe: pode procurar ali que vai achar droga", conta.

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Mais de meia tonelada de maconha apreendida com ajuda de cão policial
Mais de meia tonelada de maconha apreendida com ajuda de cão policial Mais de meia tonelada de maconha apreendida com ajuda de cão policial

O trabalho feito com a ajuda do faro canino tem o objetivo principal de combater o tráfico de drogas, mas os animais também auxiliam na localização de corpos, na busca por pessoas desaparecidas e até mesmo na proteção. Além disso, os cães podem participar de operações no trânsito e em aeroportos.

"A tecnologia avança, e o que a gente percebe é que não há nenhuma ferramenta com a habilidade de um cachorro", pondera o tenente.

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Treinamento feito para o encontro das drogas

Os cachorros passam dois anos praticando para finalmente irem trabalhar nas ruas e auxiliar o trabalho da PM. Durante esse tempo, os treinadores, que são os próprios policiais condutores dos animais, testam o faro dos cães a partir de amostras de drogas.

Se os animais encontram e indicam o local em que o entorpecente está escondido, são recompensados com um brinquedo. "É como se fosse uma presa para eles", afirma o tenente Febrônio.

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Ainda segundo o oficial, a reação do cão ao encontrar drogas ou artefatos explosivos é a mesma: eles se sentam ou se deitam no local.

Treinamento dos cães para achar drogas
Treinamento dos cães para achar drogas Treinamento dos cães para achar drogas

A equipe de reportagem acompanhou um dos filhotes em treinamento. Os agentes instalam um painel com cerca de 15 buracos, e a droga está escondida em um deles. Quando o cachorro indica ao seu condutor a localização do entorpecente, recebe o brinquedo. 

É importante ressaltar que a vida do cachorro policial não é só trabalho. No canil da PMSP (Polícia Militar de São Paulo), os animais têm uma vasta área para correr e brincar e podem até fazer uso das piscinas do local.

Além disso, muitos policiais têm uma relação afetiva com o cachorro. Algumas vezes, os agentes abrem mão de suas folgas para ir até o canil e levá-los para passear.

Qualquer raça pode trabalhar como cão policial?

De acordo com o tenente Febrônio, qualquer raça de cachorro pode trabalhar na polícia, mas há algumas mais adaptadas. No canil da PM de São Paulo, por exemplo, trabalham cachorros das raças pastor-belga malinois, pastor-alemão, labrador e holandês.

"Hoje em dia o trabalho do cão policial não está atrelado à raça. Desde que esteja adequado à função, pode ser até um vira-lata", explica.

No entanto, o policial militar Arruda, que atua também como veterinário do canil da polícia, conta que nem todos os cachorros que passam pelo treinamento da corporação têm o que é preciso para o trabalho.

Cães passam por avaliação médica
Cães passam por avaliação médica Cães passam por avaliação médica

"É como nas provas que precisamos fazer para entrar na polícia. Nem todos se adaptam a alguns serviços da função. E com os cachorros é a mesma coisa. Quando isso ocorre, o policial que começou a treinar o animal pode adotá-lo ou ele vai para a adoção. Se [o animal] chegou aqui por meio de doação, ele volta para a pessoa responsável", ressalta.

Durante a visita do R7 ao canil, o policial veterinário evidenciou o cuidado com a saúde dos animais. Segundo Arruda, os cachorros passam por avaliação médica todos os dias antes de irem para as ruas.

Cada cão só pode trabalhar seis horas por dia. E todos os animais sempre se aposentam aos 10 anos de idade. Ainda de acordo com o veterinário, ao completar 6 anos, os cachorros policiais também passam a fazer exames mais específicos, já que, nessa faixa etária, animais de porte grande, como os que trabalham no canil, passam a ser considerados idosos.

Veja a quantidade de drogas apreendidas pelos cães policiais da PMSP desde 2019:

2019

- Maconha: 1.418,78 kg

- Cocaína: 2.675,76 kg

- Crack: 201,19 kg

- Outros: 62,82 kg

2020

- Maconha: 2.225,23 kg

- Cocaína: 512,61 kg

- Crack: 317,9 kg

- Outros: 33,9 kg

2021

- Maconha: 1.728,7 kg

- Cocaína: 497,35 kg

- Crack: 70,60 kg

- Outros: 37,73 kg

2022

- Maconha: 3.804,52 kg

- Cocaína: 395 kg

- Crack: 85,30 kg

- Outros: 16.156,8 kg

2023 – até 25 de abril

- Maconha: 925,10 kg

- Cocaína: 61,13 kg

- Crack: 9 kg

- Outros: 142,32 kg

Trabalho, consultas com veterinário e lazer: veja como funciona o canil da Polícia Militar de São Paulo

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