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Candidatas acusam empresa de machismo em processo seletivo

Escolhidas para treinamento, moças foram demitidas. Firma teria dito não querer mulher

São Paulo|Giorgia Cavicchioli, do R7

Anúncio de emprego dizia que a vaga era para homens e mulheres
Anúncio de emprego dizia que a vaga era para homens e mulheres Anúncio de emprego dizia que a vaga era para homens e mulheres

Mulheres se uniram para acusar o processo seletivo para trabalhar na rede Fast Shop de machismo. Laura, Kelly, Stefanie, Karen, Renata, Aline e Tatiane* foram chamadas para participar e, segundo a denúncia, a empresa contratou cerca de 50 pessoas para a função de consultor de vendas nas lojas da rede. Porém, após três dias de treinamento, todas as mulheres que participavam foram demitidas. A alegação das pessoas que faziam o treinamento foi a de que a empresa não queria mulheres para a função.

De acordo com com uma das mulheres que fez a denúncia, no aviso de vaga publicada em uma rede social, existia a informação de que a vaga era para homens e mulheres. Ela afirma que, ao contrário das candidatas mulheres, todos os rapazes que faziam parte do treinamento continuam o processo.

Cerca de 15 mulheres ficaram sem o emprego e algumas ainda estão sem seus documentos, pois eles ficaram com os profissionais que fizeram a seleção.

— Após três dias, fomos avisadas que o treinamento seria encerrado. E qual o motivo? “Porque o cliente diz que vocês são mulheres”. Achei que fosse uma brincadeira.

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A candidata eliminada diz estar surpresa com o motivo alegado, uma vez que considera o critério "injusto" e "constrangedor".

— Eu não tenho a mesma capacidade [que um homem]? Isso é uma discriminação.Precisamos trabalhar. O que eu merecia era o respeito.

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As mulheres envolvidas no caso montaram um grupo no WhatsApp para manter todas informadas. Até agora, uma das candidatas diz que não acionou nenhum advogado e explicou que espera resolver toda a situação “amigavelmente”.

Por meio de nota, a Olé Eventos — responsável pela seleção para a Fast Shop — disse que “em nenhum momento as vagas não foram preenchidas por que eram mulheres. Esta nunca foi uma premissa para não contratação e jamais será”.

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Além disso, afirmou que “tal acusação, aliás, chegar a soar de forma bastante ofensiva para uma empresa como a Olé, que tem por valor principal respeitar a diversidade e principalmente o ser humano”.

A empresa diz ter metade de seu quadro de colaboradores preenchidos por mulheres e que a acusação está parecendo “um simples descontentamento de uma pessoa que não se adequou à vaga. Porém, há limites que devem ser respeitados e acusações desta natureza [discriminação de gênero] não serão recebidas de forma passiva pela Olé”.

A empresa justifica a eliminação das candidatas mulheres porque não se adequaram à vaga ou "por falta de comprometimento, desempenho e adequação a vaga". Por conta disso, ainda segundo a empresa, “o processo foi adiado e será iniciado um novo recrutamento e seleção”.

Sobre os documentos, a empresa diz que entrou em contato na semana passada com todos os participantes que não se adequaram às vagas, "solicitando para que retirassem seus documentos na agência". Segundo a empresa, “alguns já retiraram e, [para] os que não compareceram, a agência enviará via Sedex aos endereços da ficha cadastral com carta de recebimento”.

Depois de a história vir à tona, uma das candidatas informou ao R7 que a empresa se retratou com todas as mulheres que participaram do processo, entregou a documentação que ainda estava retida e pagou os valores que deviam. Além disso, a candidata disse que os responsáveis explicaram com mais clareza as demissões e afirmaram que o desligamento não foi feito por discriminação de gênero.

* Os sobrenomes das mulheres foram omitidos para preservar suas identidades.

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