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Clima em voo condenado por vidente era de descontração. Assista ao vídeo

Repórter do R7 que embarcou no JJ 4732 relata a experiência de desafiar uma premonição

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Em uma conversa despretensiosa com a minha editora, Érica Saboya, sugeri que poderíamos embarcar no voo da JJ 4732, da TAM, “condenado” a uma tragédia na avenida Paulista por um vidente. Afinal, todo mundo que eu encontrava falava disso, da tal premonição. Alguns dias depois, minha chefe levou a ideia para a reunião de pauta e causou polêmica.

Contaram-me que algumas pessoas diziam: “Mas por que embarcar? Ele ficou louco?”. Outros colegas de redação (não sei se são tão colegas assim) queriam logo me ver dentro do avião.

Seja lá qual fosse a opinião dos outros, eu estava decidido, queria ir. Não que eu seja um destemido, muito menos um incrédulo. Só que não passava pela minha cabeça que o vidente Jucelino Nóbrega da Luz poderia estar certo. Além do mais, não tenho medo de avião. Acho que essa foi a vigésima vez só neste ano que entrei em um.

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Apesar disso, tinha um problema. Quarta-feira (26), a data da “tragédia”, seria minha folga e eu tinha compromisso. Resolvi sugerir que outro repórter da editoria fizesse a pauta. O resultado foi: olhos arregalados e “nãos” incisivos.

Ninguém queria embarcar no voo condenado pelo vidente. Em casa, eu pensava se teria tempo de me arrepender segundos antes do avião se chocar com o prédio, caso a premonição se concretizasse. Mas deixei as ideias de lado, acordei cedo e fui para o aeroporto de Congonhas.

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Cheguei ao portão de embarque de número 3 por volta de 7h50 e as pessoas já estavam entrando no avião. Questionei alguns passageiros se sabiam que aquele era “o tal voo”. Todos com quem conversei já estavam cientes e nenhum demonstrou medo. O bom humor passou a ser a solução. Três homens que viajavam de Curitiba para Amazonas comemoravam ter embarcado no JJ 4732, após terem insistido com a companhia aérea. Eles queriam evitar perder outro voo, em Manaus, e assim ter menos tempo para a pescaria que planejaram.

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Ao meu lado, sentou-se o vice-presidente de Operações e Manutenção da TAM, Ruy Amparo. Na poltrona de trás, a diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade, Gislaine Rossetti. A presença dos dois a bordo era justamente para tranquilizar a todos. Na decolagem, Amparo ainda brincou: “Viu, ó, já estamos no ar”.

Com a aeronave já em altitude de cruzeiro, o clima de descontração tomou conta da cabine. Até se falou que o voo da premonição poderia ser uma ação de marketing bemsucedida da TAM. Os dois executivos admitiram que a fuga da rotina foi divertidíssima. “Deixei três reuniões para estar aqui hoje”, desabafou o vice-presidente.

Por volta das 10h30, pousamos na capital federal. Assunto encerrado? Nada disso. No voo de volta para São Paulo (em outra aeronave, com outra tripulação), de onde lhes escrevo neste momento, sentei na última fileira. Com o avião em solo, as comissárias comentavam sobre a premonição e diziam que achavam um absurdo esse homem sair falando coisas assim. Não demorou muito até que quem estivesse por perto voltasse a falar da previsão do vidente. Pode até ter passado, mas o episódio vai ficar na história da TAM e de muita gente, sem dúvida.

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