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Contra enchentes, prefeitura fará túneis na Pompeia

Vias subterrâneas fazem parte de pacote que prevê 5 piscinões também debaixo da terra

São Paulo|

Cruzamento entre as avenidas Pompeia e Francisco Matarazzo costuma ficar alagado quando chove forte na cidade
Cruzamento entre as avenidas Pompeia e Francisco Matarazzo costuma ficar alagado quando chove forte na cidade Cruzamento entre as avenidas Pompeia e Francisco Matarazzo costuma ficar alagado quando chove forte na cidade (ROBSON FERNANDJES/AE)

A Prefeitura de São Paulo pretende construir 7 km de túneis para tentar diminuir os problemas causados pelas enchentes na região da Pompeia, na zona oeste da cidade. As vias subterrâneas, que devem ser usadas para reter água da chuva e aumentar a vazão dos Córregos Sumaré e Água Preta, fazem parte de um pacote de obras que prevê cinco piscinões também debaixo da terra.

Com previsão de dois anos, as obras na Pompeia devem custar aproximadamente R$ 143 milhões, segundo a Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras). A licitação já foi concluída e os serviços podem começar ainda neste semestre. Antes do início da construção, porém, o EVA (Estudo de Viabilidade Ambiental) precisa ser concluído e aprovado pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

As novas vias subterrâneas devem passar perto do Palmeiras e do Shopping Bourbon, áreas onde acontecem inundações hoje, e seguir sob a avenida Nicolas Boer até o rio Tietê, segundo explica o superintendente de Projetos Viários da Siurb, Pedro Luiz Algodoal. O primeiro trecho terá 3,7 km e vai da esquina da rua Apiacás com a avenida Sumaré até a ponte Julio de Mesquita. A segunda galeria, de 3,3 km, começa na rua Professor Rocca Dorsal e termina praticamente no mesmo lugar.

— A solução em túnel é indicada para locais onde a profundidade é muito grande ou a gente não pode abrir uma vala. Tem a vantagem de que não é preciso parar o trânsito. Hoje, as inundações atingem o Parque Antártica, o Sesc Pompeia e chegam a afetar a circulação dos trens. Esperamos que os túneis possam melhorar isso.

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Moradores da região, acostumados com as enchentes anuais, também esperam mudanças. O aposentado Waldomiro Simi, de 85 anos, diz ver a rua Venâncio Aires inundar desde 1953.

— Antigamente, quando me mudei para cá, era de terra e, mesmo que puxasse a água, tinha inundação. Depois de um tempo, a gente teve de fazer um muro para a água não entrar em casa.

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Ele acha difícil que algo mude. Também dona de um imóvel na Venâncio Aires, a aposentada Miriam Wenzel Bondesan diz já ter ouvido muitas promessas de obras antienchente. Segundo ela, as inundações estão ficando cada vez mais fortes.

— Em 15 minutos a água sobe e não passa mais um carro aqui na rua. Se tem um carro estacionado, e eu sei de quem é, aviso para tirar antes. Já cansei de ver automóvel boiando por aqui.

Piscinões

O subsolo também deve ser utilizado para amenizar os efeitos das chuvas na bacia do Córrego Cordeiro, que passa em Santo Amaro e Cidade Ademar, na zona sul da capital. O plano da Siurb é construir cinco piscinões subterrâneos de médio porte na região, além de um na superfície. As obras ajudariam a evitar enchentes no entorno das avenidas Washington Luís, Professor Vicente Rao e Vereador José Diniz. Outra intervenção prevê interligar as galerias existentes. "Hoje, com as chuvas, algumas delas ficam sobrecarregadas e outras praticamente secas", afirma a Siurb, em nota.

O chefe de gabinete da secretaria, Sérgio Krichanã, disse que espera que a LAI (Licença Ambiental de Instalação) seja concedida pela Secretaria do Verde ainda neste mês. A afirmação foi feita terça-feira (26), durante encontro sobre drenagem urbana organizado pela Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). A partir da expedição da LAI, essas obras levam 18 meses para ficarem prontas.

PAC

Obras de outras três bacias foram incluídas no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. O acordo, que prevê uma contrapartida da Prefeitura de São Paulo em cada um dos investimentos, deve garantir pelo menos R$ 684 milhões para as obras dos córregos Ponte Baixa, Zavuvus e Aricanduva. Das três, o único projeto iniciado até agora é o da Ponte Baixa, na área da M’Boi Mirim, na zona sul da capital. Os trabalhos devem acabar em 36 meses.

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