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Contra falta de troco, Metrô de SP dá desconto de até 35% em bilhetes

Sete meses após reajuste, companhia perde arrecadação para driblar valor quebrado da tarifa

São Paulo|Do R7*

Guichê da estação Marechal Deodoro, linha 3-Vermelha do Metrô
Guichê da estação Marechal Deodoro, linha 3-Vermelha do Metrô Guichê da estação Marechal Deodoro, linha 3-Vermelha do Metrô

O reajuste da passagem do Metrô de São Paulo entrou em vigor no dia 9 de janeiro deste ano, passando de R$ 3,50 para R$ 3,80 e, desde então, são frequentes os anúncios no sistema pedindo ao passageiro que facilite o troco. Tornaram-se comuns "promoções" de bilhetes em determinados horários do dia em diversas estações. O R7 conversou com passageiros que chegaram a pagar R$ 2,50 por uma viagem — um desconto de 35% sobre o valor fixado. 

O jornalista Fernando Ferraz, de 30 anos, disse ter pago tarifa reduzida todos os dias da semana passada, entre as estações Marechal Deodoro e Palmeiras-Barra Funda, ambas da linha 3-Vermelha.

— Semana passada, todos os dias, eu paguei menos que R$ 3,80 pelo bilhete. Teve dia em que eu cheguei a economizar quase R$ 1. Nesta semana aconteceu a mesma coisa. Hoje mesmo (dia 3) havia uma placa na bilheteria indicando tarifa reduzida.

A reportagem do R7 esteve em algumas estações do Metrô na última terça-feira (2) e comprovou o problema. Na Palmeiras-Barra Funda, às 18h, o bilhete unitário era comprado por R$ 3 — o preço se estendeu até as 20h30. A falta de troco também foi verificada nas estações Anhangabaú, Marechal Deodoro, Palmeiras-Barra Funda e Belém (todas da linha 3-Vermelha), além de Butantã (Linha 4 -Amarela) e São Joaquim (Linha 1 -Azul)

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De acordo com a professora infantil Mirian Floriano, de 22 anos, a situação também é frequente em outras estações e o problema se repete na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

— Faz um mês, mais ou menos, que eu paguei R$ 2,50 no bilhete unitário na estação Caieiras, na linha 7-Rubi. Aqui na Marechal (Deodoro) acontece sempre também.

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O estudante de Direito, Alexandre Rocha, de 21 anos, relata situação semelhante.

— Hoje mesmo, na estação Anhangabaú, eu dei uma nota de R$ 10 para comprar duas passagens, que dão R$ 7,60. O troco seria R$ 2,40, mas o atendente me deu R$ 3.

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Gabriela Francesche, de 22 anos, está atualmente desempregada e, segundo ela, a companhia está sendo desonesta com a população.

— É um descaso. Todo mundo está usando a mesma coisa. Eles aumentaram a passagem para R$ 3,80 em um dia, agora para arrumar o problema da falta de troco eles não arrumam? É uma palhaçada. 

O jornalista Ferraz vê como alternativa a redução da tarifa por um tempo determinado até que a situação se normalize.

— É muito mais ético você estipular um preço X para a passagem, sendo igual e justo para todos, do que um dia qualquer você reduzir a tarifa, porque é um serviço público, tem que ser igualitário.

Questionado sobre possíveis prejuízos com a política de descontos, o Metrô evitou falar em valores. Por meio de nota, afirmou que “promover o direito de viagem é uma de suas premissas básicas e o usuário tem o direito de acessar a área de embarque das estações mesmo se não houver troco disponível”. Ainda segundo a nota, a companhia disse que “por causa da escassez de moedas em circulação, que afeta as atividades econômicas em geral, o Metrô implanta pontualmente, enquanto houver a falta de troco, a cobrança da passagem abaixo do valor normal da tarifa”. A empresa acrescenta que “o troco é sempre arredondado em favor do consumidor”.

Também por meio de nota, a CPTM afirma que “diariamente disponibiliza moedas e cédulas de menor valor nas bilheterias para atender as transações realizadas”. A companhia relata que “a tarifa de R$3,80 elevou a demanda por troco, o que eventualmente provoca formação de filas em algumas estações nos horários de pico”.

De acordo com o Banco Central, a produção de moedas foi impactada por necessidade de redução da despesa pública no âmbito federal. No entanto, por exemplo, no ano passado foram distribuídos 685 milhões de unidades; e, até a última terça-feira (2), já foi disponibilizada quase a metade, ou seja, os números estão em níveis normais.

*Colaborou Plínio Aguiar, estagiário do R7

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