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Crise financeira já faz cidades deixarem Samu e manter ambulâncias paradas

Serviço é responsável por mais de 80% dos atendimentos de urgências

São Paulo|

Com crise dos municípios, Samu está parado em várias cidades
Com crise dos municípios, Samu está parado em várias cidades Com crise dos municípios, Samu está parado em várias cidades

"Há dois anos, fui fechado na avenida Barão de Tatuí (Sorocaba) e entrei num poste. Eles chegaram em 3 minutos. A rapidez do Samu me salvou." O relato do leiturista Pablo Gregori Ferrari, de 37 anos, mostra a relevância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), responsável pelo atendimento de 81,2% dos casos de urgência em 391 municípios do Estado de São Paulo. Mas, agora, queda na arrecadação faz com que prefeituras deixem ambulâncias paradas e até abandonem o serviço.

Em 2016, o Samu atendeu 11 mil chamadas, resultando em 7,3 mil atendimentos efetivos. Segundo estimativas de gestores do serviço em 5 das 17 regionais paulistas, um de cada cinco municípios está inadimplente ou com ambulâncias paradas por falta de manutenção. As prefeituras reclamam do alto custo e cobram mais participação de Estado e do governo federal.

No dia 7, a prefeitura de Pindamonhangaba, por exemplo, saiu do consórcio que gerenciava o Samu na região do Vale do Paraíba, deixando para trás uma dívida de R$ 2 milhões. A base operacional foi desativada e os 30 funcionários, desligados. "Estamos realinhando os custos para manter os serviços sem prejuízo no atendimento", disse o prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), presidente do consórcio.

Já os 13 municípios que integram o consórcio de Ourinhos chegaram a discutir o fechamento do Samu no ano passado, em razão da inadimplência, conforme o prefeito Lucas Pocay (PSD).

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— Várias prefeituras, até Ourinhos, estavam com parcelas do rateio em atraso. Tivemos de fazer uma readequação, com a troca da coordenação regional, e hoje a situação continua difícil, mas em dia.

Motolâncias

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Em Campinas, as nove motolâncias — veículos de socorro mais rápidos que levam os socorristas até a ocorrência — estão paradas desde 2014. Também estão fora de uso 20 das 24 ambulâncias por falta de condições para rodar. A prefeitura informou que outras seis viaturas devem entrar em operação nos próximos dias e aguarda a reposição da frota pelo Ministério da Saúde. Foi aberta a contratação de operadores para as ambulâncias, mas sem prazo.

Na região de Sorocaba, de 12 municípios previstos, 4 desistiram de integrar o Samu. De acordo com a prefeitura de Sorocaba, gestora do sistema, entre os oito que ficaram alguns já apontaram que estão tendo dificuldades para manter o serviço, mesmo não participando do rateio das despesas da central de regulação. "Há um déficit de cinco médicos, 1 enfermeiro e 16 telefonistas para completar a escala nas funções, o que demanda horas extras e ajustes constantes", informou em nota.

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Em Sumaré, das cinco ambulâncias, duas estão em manutenção. A prefeitura informou que a nova gestão, ao assumir em janeiro, encontrou os veículos abandonados na garagem e conseguiu uma parceria para consertar os veículos. A reportagem não conseguiu contato com a administração anterior.

Em Santos, a prefeitura alugou oito ambulâncias para substituir veículos que estão parados para manutenção. Apenas quatro viaturas da frota própria estão operando. "A prefeitura segue pleiteando o envio de novas viaturas pelo Ministério da Saúde, mas, desde o ano passado, registrou três recusas", informou em nota.

Em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, a prefeitura decretou calamidade financeira e o Samu foi afetado. Das cinco ambulâncias, duas estão paradas. Para piorar, uma auditoria do Ministério da Saúde constatou instalações inadequadas e precárias condições de trabalho. O repasse mensal de R$ 120 mil foi suspenso.

Sobre a cobrança dos municípios, o Estado alegou investimento desde 1989 no Grau (mais informações nesta página).

— Não foi o governo do Estado que não aderiu o Samu. Foi o governo federal que não aderiu ao que já existia.

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