Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Deputados vão convocar envolvidos no caso PCC

Governador Alckmin negou acordo com líder da facção criminosa em evento em Sorocaba

São Paulo|

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo vai convocar o delegado José Luiz Ramos Cavalcanti, o ex-secretário de Administração Penitenciária Nagashi Furukawa e a advogada Iracema Vasciaveo para prestar esclarecimentos sobre o acordo firmado entre o Estado e o chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para encerrar os ataques da facção contra policiais civis, militares e agentes penitenciários, em maio de 2006.

A convocação foi anunciada pelo deputado Raul Marcelo (PSOL), integrante da comissão, após o Estado ter revelado, na segunda-feira (27), o conteúdo do depoimento do delegado Cavalcanti. No processo 1352/06, aberto para apurar a ligação de advogados com o PCC, ele afirmou que, no dia 14 de maio de 2006, dois dias após o início dos atentados, foi chamado para uma missão oficial. E deu detalhes do encontro entre governo e facção criminosa, com exigências e garantias. Na ocasião, o Estado já contabilizava dezenas de policiais mortos e de delegacias atacadas por bandidos.

— Temos a obrigação de esclarecer esses fatos. Se não é aceitável sentar na mesma mesa com um representante de uma facção criminosa, quanto mais fazer acordo.

Segundo o parlamentar Marcelo, os requerimentos para a convocação serão feitos na semana que vem, quando termina o recesso parlamentar. O então secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e o ex-governador Claudio Lembo serão chamados posteriormente.

Publicidade

O deputado Zé Américo (PT), membro da Comissão de Fiscalização da Assembleia, afirmou ontem que convidará o atual secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, para prestar esclarecimentos. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) e todos os envolvidos no caso negam qualquer tipo de acordo com o PCC.

Alckmin nega acordo com líder de facção criminosa

Publicidade

Experimente grátis: todos os programas da Record na íntegra no R7 Play

Em 2006, parte dos líderes do PCC - cerca de 750 presos - havia sido isolada no Presídio de Presidente Venceslau 2 e a outra, 17 homens, incluindo Marcola, estava no Departamento de Investigação Contra o Crime Organizado (Deic) para depor. Depois, Marcola foi transferido para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no Presídio de Segurança Máxima, em Presidente Bernardes.

Publicidade

Proposta

A advogada Iracema Vasciaveo, presidente da ONG Nova Ordem, que defendia o direito dos presos, apresentou uma proposta da liderança dos criminosos que estavam nas ruas: se ficasse comprovado que Marcola não tinha sido torturado pela polícia e que os presos rebelados em diversos presídios não fossem agredidos, os ataques seriam encerrados. Iracema propôs ir até o presídio para tentar convencer Marcola a aceitar a proposta.

A cúpula das Secretarias de Segurança Pública e da Administração Penitenciária aceitou. Cavalcanti foi um dos escolhidos para representar o Estado na missão. Além dele, um coronel da PM e o corregedor da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), Antonio Ruiz Lopes, foram designados para acompanhar a advogada. Com autorização do então governador Claudio Lembo, todos seguiram até Presidente Prudente no avião da Polícia Militar.

Leia mais notícias sobre R7 São Paulo

No presídio, ainda segundo Cavalcanti, Iracema tentava convencer Marcola a falar ao celular e avisar os presos que estava bem. Depois de muita insistência, ele concordou e mandou chamar o preso Luis Henrique Fernandes, o LH, que recebeu a ordem de dar o recado.

Segundo Cavalcanti, LH pegou o celular da advogada, que já tinha um número gravado, conversou com um criminoso e avisou que os ataques poderiam parar. Por fim, o delegado explicou que os ataques cessaram no dia seguinte ao encontro com Marcola.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.