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Fernando Haddad afirma que número de ocorrências da Virada Cultural surpreendeu a organização do evento

Prefeito faz avaliação positiva, mas admite que casos de violência foram além do esperado

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

O prefeito de São Paulo afirmou que, na madrugada, os contingentes estavam de prontidão
O prefeito de São Paulo afirmou que, na madrugada, os contingentes estavam de prontidão O prefeito de São Paulo afirmou que, na madrugada, os contingentes estavam de prontidão

Em coletiva de imprensa realizada no final da tarde de domingo (19), o prefeito Fernando Haddad avaliou como positiva a Virada Cultural deste ano. Mas no que diz respeito à segurança, reconheceu que houve a "percepção de que o número de ocorrências teria sido maior" do que em edições anteriores, o que surpreendeu os envolvidos na organização do festival. Na edição de 2013, pela primeira vez, foi criada uma central integrada, com profissionais das secretarias, da Polícia Militar e da Guarda Municipal.

— A percepção que tenho ao final do dia é de que realmente, no período da madrugada, houve eventos para muito além do esperado... Da parte da equipe da prefeitura, da sala de comando, que varou a madrugada acompanhando todos os episódios, a constatação foi de que o número de ocorrências teria sido maior, mas de que havia contingente para responder a situação. Este é o lado da prefeitura.

Haddad destacou que nunca tantos policiais foram empenhados na Virada Cultural. De acordo com ele, havia um contingente inédito nas ruas. Foram ao todo 3.424 PMs e 1.400 Guardas Municipais.

Já o Coronel Reynaldo Simões, comandante do policiamento do Centro, destacou a “magnitude” da Virada Cultural e lembrou que, em 2013, ela teve “sua área de atribuição expandida".

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— Então, não podemos dizer que a situação desse ano é uma situação que transcende ou que ultrapassou as circunstâncias de eventos em ocasiões anteriores.

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Público reclama da falta de segurança e teme violência na Virada Cultural

Ele acrescentou que em eventos desse porte, há pessoas que têm “motivações das mais diversas possíveis” e alegou que as ocorrências registradas nem sempre foram de "cunho patrimonial”. Disse ainda que a PM gostaria de aguardar os números consolidados.

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— Nós presumimos, sim, que, com o aumento do público, as ocorrências em geral tendem a aumentar. Agora, se elas são de natureza patrimonial ou se estão ligadas a comportamentos, a acidentes pessoais em virtude do consumo exagerado de álcool, daquele sentimento de liberalidade de quando as pessoas acabam tomando as ruas em um grupo muito numeroso, assim que tivermos os números, nosso Centro de Comunicação o fará.

De acordo com levantamento preliminar da Polícia Militar, 28 pessoas foram presas na Virada Cultural e nove adolescentes, apreendidos. Além disso, 32 ocorrências estavam em andamento até o momento da coletiva. Tráfico e porte de drogas, roubos, furtos, apreensão de uma arma de fogo e de um simulacro estão entre os casos.

Nos quatro principais postos médicos foram atendidas 1800 pessoas e feitas 260 remoções, grande parte delas em função do abuso de bebidas alcoólicas

"Omissão"

Em relação a denúncias de que a PM teria sido omissa em algumas ocorrências, o prefeito respondeu:

— Eu acompanhei, ao longo do dia, os comentários nas redes sociais, conversei com vários repórteres que trataram desse assunto. Mas depois, a minha equipe se reuniu à tarde para fazer um balanço sobre isso, a partir da lógica de quem estava na operação. A resposta deles para mim é que isso vai ser apurado, que houve um conjunto maior de ocorrências do que o previsto. O número surpreendeu, mas a Polícia Militar estava no comando. A cada ocorrência, reagia, deslocando contingente para uma ou outra área que mereceria reforço. É óbvio que todas as outras informações serão processadas. Informações que chegam das reportagens. A PM vai responder, nossa equipe vai responder e apurar o que aconteceu.

O coronel Simões garantiu que as reações da força policial foram na justa medida e que “não houve leniência”. Ele considerou discutível a informação de que policiais não teriam agido em determinadas situações e informou que havia militares do serviço velado para acompanhar incidentes.

— Nós de fato, no decorrer da noite, vimos que alguns indivíduos, se valendo da natureza do evento, do público, do número, da presença de pessoas, eventualmente perpetraram crimes patrimoniais. Seja de forma sutil, seja até simulando brigas para tentar a subtração. Acho que tratar a prisão eventualmente de um grupo como esse, e eu não reputaria de arrastão, a gente precisa levar em conta um aspecto muito importante: qualquer intervenção em um evento de público desse tamanho precisa ser muito bem estimulada e realizada. Precisamos ter em mente que a multidão, diante de uma situação inopinada, e eventualmente provocada pela força policial, pode produzir ações ou ser vítima de ações em que o prejuízo patrimonial vai ficar em segundo plano.

E completou:

— Precisamos perceber que o maior patrimônio que tínhamos para preservar era a integridade física e a vida dessas pessoas e a intervenção que as forças policias tinham que fazer deveriam levar em conta isso.

Coletiva adiada

Sobre uma informação, divulgada na imprensa, de que a PM teria cancelado uma coletiva a pedido da prefeitura, Haddad respondeu:

— A prefeitura jamais faria esse pedido para PM, até porque a polícia não se subordina à prefeitura e não haveria por que fazer esse pedido. Digamos que em função das informações, valeria apurar melhor os números para dar um balizamento mais condizente.

Indagado se considerava ter ocorrido falha na organização do evento, que registrou uma morte, o chefe do Executivo municipal argumentou.

— A violência em São Paulo, de sexta-feira (17) para sábado (18), ou seja, antes da Virada, não foi menor do que a violência em São Paulo de sábado para domingo (19). O número de homicídios na madrugada da Virada foi exatamente o mesmo da madrugada da virada. Houve, sim, um número maior de ocorrências e nós temos que fazer uma avaliação. Nós precisamos apurar melhor o que aconteceu entre 2h30 e 5h, todos os lados, para entender quais providências devem ser tomadas para evitar que isso volte a acontecer.

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