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Filho de casal gay foi chamado de “viado” e pisoteado dentro da escola, dizem colegas

Secretaria Estadual de Educação nega que agressão tenha ocorrido dentro da unidade

São Paulo|Sylvia Albuquerque, do R7

Colegas de Peterson lamentam violência ocorrida dentro da escola e dizem que situação é frequente
Colegas de Peterson lamentam violência ocorrida dentro da escola e dizem que situação é frequente Colegas de Peterson lamentam violência ocorrida dentro da escola e dizem que situação é frequente

Colegas de Peterson Ricardo de Oliveira, 14 anos, ouvidos pelo R7, garantem que as agressões que teriam levado o adolescente à morte aconteceram dentro da escola pública onde ele estudava em Ferraz de Vasconcelos, Grande São Paulo. Desde a internação do garoto, a Secretaria Estadual de Educação se apressou em dizer que não havia registros de qualquer ato de violência no colégio José Eduardo V. Raduan.

A família acredita que Peterson tenha sido vítima de um crime homofóbico porque os pais adotivos dele são gays. A reportagem foi até o local nesta quarta-feira (11) e conversou com adolescentes que brincavam dentro do estacionamento. O aluno J.S., 11 anos, presenciou a briga entre Peterson e outros jovens.

— Foi assim: os meninos do corredor da morte falaram ‘vai, seu filho de viado’, aí o Peterson disse ‘não fala assim do meu pai, respeita meu pai’, e a briga começou.

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Segundo o relato de outro aluno, A.L., os garotos que agrediram Peterson o derrubaram no chão e pisaram em seu peito, o que teria provocado a lesão no tórax que resultou na sua morte na última segunda-feira (9).

— Eles apertaram o peito do menino. Todo mundo fica com medo de separar e não tem nenhuma 'tia' [funcionária] para separar.

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Os estudantes classificaram a unidade de ensino como ‘a pior da região’ por causa das brigas constantes que acontecem lá dentro, o uso de drogas no terreno e a ausência da diretora no local. O R7 pediu para entrevistar a diretora responsável, o que foi negado pela Secretaria de Educação.

A dona de casa M.A. conta que um dos seus filhos chegou a estudar na unidade, mas ela o retirou.

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— Olha, eu trabalho de segunda a segunda para pagar transporte escolar para o meu filho, mas não coloco ele no Raduan. Essa é a pior escola de Ferraz e todo mundo sabe disso. Ainda mais agora, depois do que aconteceu com o Peterson.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que não há nenhum registro de agressão no interior da unidade onde o adolescente estudava e que as imagens das câmeras de segurança estão à disposição das autoridades policiais. A família da vítima questiona essas imagens alegando que as câmeras não contemplam 100% do território escolar.

Peterson se envolveu em uma confusão no último dia 5. O delegado Eduardo Boiguez Queiroz, da delegacia de Itaquaquecetuba, confirmou que o incidente ocorreu horas antes de Peterson passar mal e precisar ser levado da escola para o hospital. O caso continua sendo investigado. O adolescente estudava na unidade de ensino desde os seis anos.

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