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Hacker que extorquia mulheres usava morte de familiares como ameaça

Renan Estrela Nascimento de Oliveira, de 20 anos, exigia dinheiro e fotos íntimas das vítimas

São Paulo|Nathalia Barbosa, da Agência Record

Oliveira é suspeito de extorquir mulheres
Oliveira é suspeito de extorquir mulheres Oliveira é suspeito de extorquir mulheres

A Polícia Civil prendeu na sexta-feira (21), na cidade de Triunfo (PB), o hacker Renan Estrela Nascimento de Oliveira, de 20 anos. Ele era responsável por aterrorizar diversas meninas com idades entre 16 e 20 anos, roubando suas contas de e-mail, Facebook e até WhatsApp. O homem chegou a ameaçar matar as famílias das vítimas se não recebesse dinheiro.

Segundo a polícia, Oliveira ameaçava as vítimas para conseguir fotos nuas das jovens. Além das imagens, o homem também pedia dinheiro às meninas. Com medo, a maioria entrava no jogo do criminoso. A extorsão era intensa. O rapaz conseguia descobrir todos os dados não só de seu alvo, mas também da família das vítimas, incluindo endereços, números de documentos e outros dados sigilosos. Com essas informações em mãos, ele era enfático: "Se não foi do meu jeito, a gente faz do seu, hahaha".

Um grupo de aproximadamente oito meninas, todas moradoras da cidade de São Paulo, acabaram se encontrando através de suas publicações no Facebook. Jovens, bonitas e famosas nas redes sociais, as garotas eram o alvo preferido de Oliveira.

Uma delas é Maria*, de 19 anos. Há algumas semanas, ela teve a conta do Facebook e e-mail invadidas. No mesmo momento, recebeu um aviso em seu celular contendo o IP da máquina que tentava agir e o printou. Um número desconhecido enviou uma mensagem através do Whatsapp com a seguinte mensagem "Olá, eu sou um hacker e estou aqui para devolver seu facebook". Então, tudo começou.

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Enquanto tentava convencer o criminoso a devolver suas contas, a jovem conseguiu identificar o IP que havia printado e descobriu que ele se encontrava no Estado da Paraíba. Como ela se negava a enviar as fotos, Oliveira utilizou a tática que aplicava em todas as suas vítimas. Ele conseguiu informações pessoas de Maria, como endereço, nome dos pais, local de trabalho, número de documento de parentes, entre outros dados. Com isto em mãos, ele prometia segui-la, matar seus amigos e família e transformar sua vida em um inferno, caso não enviasse as fotografias.

Desesperada, a garota procurou a ajuda das amigas para tentar encontrar uma alternativa. Em pouco tempo, ela reuniu oito jovens que passaram pela mesma situação. As meninas que mandaram as fotos chegaram a ficar coagidas pelo maníaco por quatro anos, sob a ameaça de que ele divulgaria as fotos nas redes sociais delas ou de amigos e parentes. Inclusive, chegava a pedir dinheiro para que as imagens não fossem expostas.

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Juntas, elas criaram um grupo no Whatsapp para compartilhar suas histórias. Jéssica*, de 20 anos, chegou a ter suas fotos expostas na página de uma colega que tinha mais de 20 mil seguidores. Ela entrou em depressão e tentou suicídio.

Procuradas, a mãe e a irmã do criminoso confirmaram a versão das vítimas. A conta utilizada por Oliveira para receber o dinheiro das meninas pertence à sua mãe:

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— É minha conta mesmo, mas ele não conta especificamente de onde vem esse dinheiro. Eu já perguntei para ele e ele não fala. Só diz: "não, são de serviços que faço".

O jovem de 20 anos foi preso na quinta-feira (21)
O jovem de 20 anos foi preso na quinta-feira (21) O jovem de 20 anos foi preso na quinta-feira (21)

A irmã de Oliveira chegou a ser procurada pelas jovens que, desesperadas, tentavam entender o motivo pelo qual o hacker fazia aquilo:

— Falaram até com a minha mãe. Ela falou que ia falar com ele. Elas pediram para a gente entrar no computador dele, mas o computador tem senha.

A polícia informou que, no momento da prisão, Oliveira se encontrava na casa dos avós. Com ele, foram apreendidos seis celulares e o computador pessoal. O rapaz foi reconhecido por diversas vítimas e irá responder pelos crimes de extorsão e pelo Art. 241-A do Estatuto da criança e do Adolescente. A operação foi uma ação conjunta da Polícia Civil do Ceará e o Ministério Público Estadual.

O delegado Fellipe Lira, responsável pelo cumprimento dos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão, explicou que a polícia deve continuar as investigações e que o envolvimento de outras pessoas ainda não foi descartado:

— As investigações prosseguem e não descartamos o envolvimento de outras pessoas. Isso porque alguns depósitos foram feitos em contas bancárias de terceiros.

*os nomes foram trocados para preservar a identidade das personagens.

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