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Haddad procura MP para pacificar atos do MPL contra a tarifa

Medida ocorre após primeiro protesto terminar em violência e detenções na capital

São Paulo|

Segundo ato contra aumento da tarifa ocorre nesta terça-feira
Segundo ato contra aumento da tarifa ocorre nesta terça-feira Segundo ato contra aumento da tarifa ocorre nesta terça-feira

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) recorreu ao MPE (Ministério Público Estadual) para pacificar a relação entre manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) e a PM (Polícia Militar). Haddad quer que os promotores convoquem a PM e os manifestantes para uma reunião na qual seria pré-definido o trajeto dos protestos. Em contrapartida, a polícia abriria mão do envelopamento, estratégia de segurança pública que forma cordões para isolar manifestantes.

O requerimento da prefeitura junto ao Ministério Público é inédito. O pedido ocorreu após o violento ato contra o aumento da tarifa do transporte público, na última sexta-feira (8). O MPL convocou um segundo ato para as 17h desta terça-feira (12).

A prefeitura teme que as manifestações se tornem novamente um palco de violência, como ocorreu nas manifestações de junho de 2013. Na ocasião, uma audiência pública chegou a ocorrer, mas o foco era a discussão sobre o valor da passagem. No último sábado (9), as tarifas de ônibus, metrô e trem subiram de R$ 3,50 para R$ 3,80, um aumento de 8,6%.

O controlador geral do Município, Roberto Porto, foi designado por Haddad para fazer um requerimento de mediação junto ao MP. A reunião ocorreu na noite desta segunda-feira (11), na presença de Porto, do secretário municipal de Direitos Humanos e ex-senador, Eduardo Suplicy, e dos promotores.

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A função de Suplicy seria buscar o diálogo com os militantes. O secretário, que assistiu do gabinete o confronto entre policiais e black blocs na última sexta, ficou nervoso e preocupado, o que teria motivado o interesse em tentar colaborar. Procurado, o MPL não se manifestou até 16h desta terça.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o MP se mostrou receptivo a abrir um canal de conversação. No encontro, os promotores questionaram se seria possível a prefeitura isolar as ruas com fitas, estabelecendo rotas de trajeto dos manifestantes. Interlocutores da prefeitura afirmaram que sim. A assessoria de imprensa do MPE não confirmou as informações.

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Nesta manhã, durante visita às obras do Hospital de Parelheiros, na zona sul da capital, o prefeito disse que telefonou diretamente para o secretário estadual de segurança pública, Alexandre de Moraes, para destacar que é "importante para evitar conflitos e violência uma mediação do MP". De acordo com Haddad, o secretário concordou.

— Acho que a prefeitura mediar não seria o caso. Mas o MP entendeu que é, sim, uma atribuição (do órgão) auxiliar na mediação de um conflito se necessário. A livre manifestação tem que ser assegurada dentro das regras democráticas. Estou confiante de que o Ministério Público vai ajudar.

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Segundo o prefeito, o MP se responsabilizou de convocar os militantes e o comandante da polícia para estipular "regras que sejam aceitas e respeitadas".

Questionado se poderia voltar atrás do aumento da tarifa, Haddad desconversou.

— Neste momento, não temos nem interlocutores em relação ao movimento. Não há sequer interlocução com o movimento. É preciso neste momento garantir a paz e a tranquilidade da cidade.

SSP

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública esclareceu que o objetivo da ligação de Moraes ao prefeito foi solicitar que a Prefeitura retirasse detritos existentes no local em que ocorrerá a manifestação desta terça à tarde. "Infelizmente, o MPL não comunica previamente o trajeto de sua manifestação, como exige a Constituição Federal, nem se reúne com a Polícia", afirmou o órgão.

Ainda segundo a SSP, a participação do MP "seria bem-vinda, no sentido de garantir que cumprisse o mandamento constitucional". Não há, no entanto, mediação prevista, informou o órgão.

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