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Interrupção da vazão de água não é racionamento, diz diretor da Sabesp

Segundo Edson Pinzan, corte ocorre por necessidade de manutenção

São Paulo|Da Agência Brasil, com R7

Crise hídrica em São Paulo fez mananciais secarem
Crise hídrica em São Paulo fez mananciais secarem Crise hídrica em São Paulo fez mananciais secarem

O diretor de Tecnologia e Empreendimentos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Edson Pinzan, disse na última quinta (31) que, quando a Sabesp faz a gestão da vazão e deixa alguns bairros da capital paulista sem água, isso não configura racionamento, que seria o corte definitivo do fornecimento por um período determinado.

— Eu aviso à população que, em um dia da semana, não haverá abastecimento durante aquele dia todo — isso é racionamento, quando eu digo. Decreto que a situação é de racionamento e corto o abastecimento.

Segundo ele, que representou a presidente da Sabesp, Dilma Pena, no 25º Encontro Técnico de Saneamento e Meio Ambiente, a interrupção temporária do fornecimento ocorre na maioria das vezes por necessidade de manutenção, mas, neste momento, a maneira como a companhia vem fazendo a gestão da água garante que toda a população seja abastecida o máximo de tempo possível.

— Não está no nosso plano fazer racionamento.

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Sobre a possibilidade de usar mais água da reserva técnica, Pinzan explicou que a Sabesp está se preparando para isso.

— Estamos trabalhando com o futuro, não só com o presente. Se a situação se agravar e não houver no período úmido as chuvas esperadas, temos que estar preparados. Nosso papel é (garantir) o abastecimento de água para o interior de São Paulo e a região metropolitana.

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Pinzan ressaltou que a redução do volume de água no Alto Tietê também preocupa, embora os técnicos da Sabesp já estejam trabalhando para encontrar uma solução, incluindo o uso da reserva técnica.

Ao comentar o relatório enviado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) à Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), Pinzan esclareceu que, no mês passado, foram cerca de 500 pessoas reclamando, ou seja 14 por dia.

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— Em uma cidade de 20 milhões de habitantes, é um número pequeno, porém considerável de cidadãos, mas temos que trabalhar isso, porque 0,003% não é uma epidemia.

De acordo com o dirigente da Sabesp, o momento é de uma situação de crise, na qual a companhia tem pedido à população que colabore.

— Felizmente está havendo essa colaboração.

Ele disse que, se o Ministério Público realmente determinar o racionamento, haverá prejuízo para a população.

— Já avisamos que a população poderá ficar um dia com água e três, sem, dependendo da altura onde está, devido à pressão da água.

No dia 26 de junho, o Idec iniciou a campanha "Tô sem Água", que tem a finalidade de mapear as localidades afetadas pela falta d'água. Embora a campanha termine hoje, o Idec enviou, no último dia 29, carta para a Arsesp com dados dos relatos recebidos até segunda-feira (28). Até aquele dia, foram registrados 494 relatos, dos quais 74% informavam sobre falta d'água à noite, 9%, de manhã, 13%, durante o dia e a noite inteiros, e 5% somente à tarde. A frequência da falta d'água ficou distribuída assim: todos os dias, uma vez por dia, 73%; mais de uma vez por semana, 17%; mais de uma vez por dia, 5% ; uma vez por semana, 3%; uma vez por mês, 1%; mais de uma vez por mês, 1%.

De acordo com os relatos recebidos pelo Idec, as regiões mais afetadas com a falta de abastecimento são as zonas oeste (27%), norte (23%), sul (18%), leste (24%) e a região metropolitana de Grande São Paulo (8%). Conforme as informações registradas pelo instituto, 57% dos que fizeram relatos percebem comprometimento na qualidade de água.

Nível dos reservatórios

O Sistema Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga apresentaram redução de volume nesta sexta-feira (1º). Segundo dados da Sabesp, o Cantareira chegou aos 15,3% de sua capacidade, enquanto o Alto Tietê atingiu os 20,7%. Ambos registraram recuo de 0,1%, em comparação com a quinta-feira (31). Após registrar queda de 0,3%, o Guarapiranga opera atualmente com 64,8% de seu nível.

Há exatamente um ano, o Cantareira trabalhava com volume de 53,2%, o Alto Tietê 63,6% e o Guarapiranga 91,8%.

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