Uma cliente negra do supermercado Extra da rua Frei Caneca, no centro de São Paulo, fez uma foto em que funcionários usam uma peruca que imita cabelo crespo como parte dos assessórios para a decoração da Black Friday, que acontece nesta sexta-feira (24).
Depois de fazer a foto, a cliente postou a foto em uma rede social e criticou a ação do mercado. Segundo ela, “caricaturar pessoas negras é mais uma ferramenta de opressão”.
De acordo com a mulher, essas atitudes são abusivas e ridicularizam as pessoas negras. “Homens e mulheres negros ouvem inúmeras ofensas sobre seus cabelos. Ouvimos piadas, somos discriminados, não somos contratados por muitas empresas porque não temos um cabelo comportado”, disse ela.
Por fim, a mulher questionou: “Esse tipo de atitude é engraçada pra quem? Eu tenho certeza que não é nem um pouco engraçado para mulheres que, assim como eu, já ficaram ou estão carecas de tanto passar alisante no cabelo porque ouvimos a vida toda que o nosso cabelo era feio, sujo e parecia Bombril”.
O R7 questionou o Grupo Pão de Açúcar, que é responsável pelo Extra. Por meio de nota, foi dito que não houve qualquer orientação para a iniciativa retratada e que o caso apontado foi uma ação particular e pontual ocorrida em uma de suas unidades. Segundo o grupo, assim que tomou conhecimento do caso, solicitou sua interrupção imediata.
“A loja lamenta pelo ocorrido e desculpa-se por qualquer ofensa causada. A rede reitera que segue diretriz estratégica da companhia para uma conduta de combate a todo e qualquer tipo de discriminação, promovendo a inclusão de todos os públicos em seu conceito mais amplo. Isso é reiterado pelo compromisso assumido internamente no seu Código de Ética e publicamente com a Coalização Empresarial de Equidade Racial e de Gênero", completou o comunicado.