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Queda de avião de Campos ocorreu por perda de sustentação ou desorientação do piloto, sugere vídeo

Segundo especialista, imagens indicam possibilidade de estol ou perda de controle em voo

São Paulo|Do R7

Aeronave caiu no bairro do Boqueirão, na região central de Santos
Aeronave caiu no bairro do Boqueirão, na região central de Santos Aeronave caiu no bairro do Boqueirão, na região central de Santos

A imagem que flagrou o momento da queda do avião onde estava o candidato à Presidência da República pelo PSB Eduardo Campos, no último dia 13, em Santos, no litoral de São Paulo, reduz em duas as hipóteses para explicar o acidente, na avaliação do especialista em aviação comandante Décio Correa. Após analisar o vídeo, gravado pela câmera de segurança de um prédio em construção, o integrante do Fórum Brasileiro para o Desenvolvimento da Aviação Civil e piloto há mais de 40 anos foi categórico. Para ele, a colisão violenta do Cessna 560XL contra o solo, que provocou uma cratera de aproximadamente 3 m de profundidade, foi causada por estol [perda de sustentação da aeronave] ou pela “desorientação do piloto”.

— A imagem mostra claramente que a aeronave se precipitou para o chão ou motivada por um estol ou pela perda de controle em voo [por parte do piloto].

No caso de a primeira possibilidade ser confirmada, o especialista explica o que pode ter acontecido.

— Ao falar que se precipitou para o solo em razão de um estol, o que pode acontecer? A aeronave, fazendo uma curva, a velocidade de estol aumenta violentamente em função de as asas não estarem niveladas. Dependendo do ângulo de inclinação que está dando nessa curva, você estola a asa de cima, a aeronave vira no dorso e vai para o chão. Isso pode ter acontecido, sim. Neste caso, o que teria levado [à queda] não seria uma desorientação do piloto, uma perda de controle, mas sim, um estol, que girou a aeronave para o dorso e ela foi para o chão. 

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Para Correa, o avião, que mergulhou de “nariz”, bateu a mais de 200 nós, ou seja, quase a 400 km/h.

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Reportagem publicada pelo R7 no último dia 15 mostrou que as investigações preliminares dos oficiais do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) já haviam encontrado provas que indicavam falhas do piloto na queda do avião.

Na imagem gravada pela câmera de segurança do prédio em construção, não são observados sinais de fogo na aeronave. No dia da queda, algumas testemunhas chegaram a dizer que viram uma “bola de fogo” no ar.

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O Cessna 560XL caiu no bairro do Boqueirão, em Santos, quando o piloto fazia uma manobra após arremeter. Além de Campos, morreram os assessores Pedro Valadares e Carlos Augusto Percol, o cinegrafista Marcelo Lira, o fotógrafo Alexandre Severo e os pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha.

"Fatores" da queda

Na quarta-feira (20), por meio de nota, o Cenipa informou que não trabalha com "causa" de acidente, mas com fatores contribuintes. Conforme o texto, "causa se refere a um fator que se sobressai, que seja preponderante, e a investigação do Cenipa não elege um fator como o principal. Desta forma, qualquer análise de fatores isolados pode ocasionar conclusões precipitadas ou equivocadas”.

A nota destacou que o “resultado da investigação compõe o relatório final, que é elaborado com base em informações factuais e nas análises de todos os fatores que contribuíram para o acidente de maneira integrada”. Não há prazo determinado para sua conclusão, segundo o órgão, que já realizou a leitura do gravador de voz da aeronave, fez a análise inicial dos motores e coleta de informações e documentos junto às empresas que realizaram a manutenção do avião. Familiares e testemunhas do acidente estão sendo entrevistados, enfatizou o Cenipa.

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