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Sabesp quer 'poupança' no Cantareira

Caso a companhia necessite retirar apenas 6,6 bilhões de litros, ela ficará com saldo de 2 bi

São Paulo|

A Sabesp defende criação de 'poupança' na o Sistema Cantareira
A Sabesp defende criação de 'poupança' na o Sistema Cantareira A Sabesp defende criação de 'poupança' na o Sistema Cantareira

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) defende a criação de uma "poupança" nas novas regras de operação do Sistema Cantareira para tentar evitar futuras crises hídricas no manancial. A proposta prevê que toda água que entra nas represas seja dividida entre a Grande São Paulo (86%) e a região de Campinas (14%) e que o volume não utilizado por cada uma das partes vire uma espécie de crédito a ser aproveitado proporcionalmente no futuro.

Na prática, se entrarem 10 bilhões de litros nos reservatórios em um dia, a Sabesp terá direito a 8,6 bilhões e a região da bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) a 1,4 bilhão. Mas caso a companhia necessite retirar apenas 6,6 bilhões de litros, ela ficará com saldo de 2 bilhões de litros que poderão ser utilizados em um período de seca, quando a entrada de água for inferior à demanda, sem ter de reduzir a captação.

Segundo a Sabesp, a metodologia "incentiva a economia de água mesmo nos períodos de cheia, garantindo maiores reservas no futuro para quem poupar mais". A companhia quer evitar a descarga desnecessária de água nos rios, afirma o superintendente de produção de água da Sabesp, Marco Antônio Barros.

— Os números mostram que existe água suficiente para atender a todos, basta administrar bem e as duas regiões trabalharem juntas em colaboração e não em disputa pela água.

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A ideia foi apresentada nesta semana pela estatal nas reuniões com os órgãos gestores do Cantareira — ANA (Agência Nacional de Águas) e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica - para discutir a renovação da outorga do sistema, prevista para maio de 2017 após dois adiamentos por causa da crise.

A regra lembra o chamado banco de águas criado pela outorga de 2004 e que vigorou até o início da crise hídrica, em fevereiro de 2014. Mas no caso do banco de águas, o calculo também dependia do nível de armazenamento do sistema e não apenas da entrada de água.

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Divergência. A proposta da Sabesp, porém, diverge das regras sugeridas pelos dois comitês de bacias que dependem do Cantareira — Alto Tietê (Grande São Paulo) e PCJ (Campinas) — e, por isso, sua aprovação deve ser difícil. Para os comitês, o sistema deve ser operado de acordo com níveis de armazenamento e com regras mandatórias em situações críticas, como, por exemplo, abaixo de 20% ou acima de 85% da capacidade.

Além disso, os comitês defendem que a renovação seja feita por dez anos, enquanto a Sabesp propõe prazo de 30 anos, alegando que o manancial demanda investimentos de longo prazo, disse o presidente da ANA, Vicente Andreu.

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— É uma pena que ainda trabalhamos com uma visão de dividir a água existente. O futuro exige um conceito de solidariedade hídrica. 

O secretário da Bacia do Alto Tietê, Amauri Pollachi, disse acreditar em uma proposta que seja consensual para as duas regiões.

— Há uma clara manifestação de interesse das partes em buscar um acordo e não haver disputas territoriais.

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