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Violência doméstica gera nove denúncias por dia em canal do TJ-SP

Plataforma on-line foi criada durante a quarentena para acolher mulheres que sejam vítimas de agressões e que não sabem como seguir com a queixa

São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7

Marcha de mulheres na cidade de São Paulo contra violência doméstica, em junho
Marcha de mulheres na cidade de São Paulo contra violência doméstica, em junho Marcha de mulheres na cidade de São Paulo contra violência doméstica, em junho

Mais de 1.119 denúncias de violência doméstica foram registradas desde o mês de abril pelo projeto Carta de Mulheres, um canal virtual criado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), para auxiliar e encaminhar vítimas no estado de São Paulo. A média é de nove por dia. Mulheres de outros estados e de outros países também usaram a plataforma para obter apoio contra os agressores.

Leia mais: Saiba como denunciar casos de violência doméstica na quarentena

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A violência psicológica envolve o maior número de registros. Foram 910. Casos de violência moral foram registrados 734 e de violência física, 543 vezes. A soma dos números supera o total de queixas pois a mesma pessoa pode ser vítima de mais um tipo de violência.

As vítimas que recorreram ao portal são em sua maioria brancas ou pardas, e sofreram violência por parte do marido, do ex-marido ou do namorado. A juíza Teresa Cristina, no entanto, afirma que os registros indicam que as muheres que denunciaram são de várias realidades sociais, e não houve grande restrição tecnológica das classes mais pobres ao portal.

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"Pelos relatos, locais de moradia, pelos bairros e pela descrição da violência, a impressão que nos deu - mas a gente precisa analisar isso um pouco mais a fundo - é que na verdade o pedido de ajuda veio de várias classes sociais, de vários locais", analisou Santana.

Uma quantia mínima de homens - apenas cinco - denunciou abusos no portal, incluindo relatos de abuso em casais homossexuais masculinos. Integrantes de dois casais homossexuais femininos também pediram apoio.

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Depois da denúncia

Depois que a vítima preenche o cadastro na denúncia no site do TJ, a Comesp (Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar) ajuda a pessoa a buscar os órgãos adequados para ser atendida, denunciar o crime e obter um refúgio.

Mulheres que sofrem violência dentro de casa podem recorrer a uma série de outros canais para efetivar a denúncia. Entre eles, estão o Disque 180, aplicativos do TJ e da polícia, registros de BOs online, delegacias especializadas e a Casa da Mulher. Em situações de emergência, recomenda-se ligar para o 190.

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A juíza integrante da Comesp, Teresa Cristina Cabral Santana, explica que mesmo em casos extremos, quando a mulher depende economicamente do marido, existe a possibilidade de fazer a denúncia formalmente com segurança pessoal e financeira.

"Ela pode pedir alimentos para esse marido (tanto para crianças quanto para ela), quando ficar constatado que ele não permitia que ela trabalhasse, e que a dependência econômica existe, tanto por parte das crianças, quanto por parte da mulher", afirmou. A juíza ainda citou programas no estado de São Paulo para abrigar a vítima durante o processo e inclusive encaminhá-la profissionalmente.

Regiões

A maior parte das denúncias registradas no canal do TJ veio da capital paulista. Foram 338. Litoral, interior e Grande São Paulo somaram 310 solicitações. As demais localidades indicam que há subnotificação e procura em vários outros estados do Brasil e em outros países.

Mulheres e homens de todos os estados brasileiros recorreram ao projeto, somando 193 registros. Duas vítimas da Argentina e uma da França também buscaram a "Carta de Mulheres" para pedir ajuda. 

*Estagiário do R7, sob supervisão de Clarice Sá

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