Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Cortar 250 calorias por dia já melhora saúde cardíaca de idosos

Diminuição, aliada a atividades físicas moderadas, leva a uma mudança positiva na saúde cardíaca de pessoas acima dos 65 anos

Saúde|Carla Canteras, do R7

Reduzir um pouco a alimentação já traz benefícios para a saúde cardíaca
Reduzir um pouco a alimentação já traz benefícios para a saúde cardíaca Reduzir um pouco a alimentação já traz benefícios para a saúde cardíaca

A prática frequente de exercícios físicos moderados e a diminuição de apenas 250 calorias por dia já melhoram muito a saúde cardíaca de pessoas acima de 65 anos com sobrepeso ou obesidade.

A Associação Americana do Coração fez um estudo com 160 adultos sedentários, com idade entre 65 e 79 anos. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em três grupos: exercícios associados a dieta regular; exercícios e restrição calórica moderada (250 calorias por dia); e exercícios com restrição calórica intensa (600 calorias por dia).

As refeições foram preparadas por nutricionistas, e todos receberam instruções de exercícios supervisionados quatro vezes por semana, por 30 minutos, durante 20 semanas.

Além disso, os participantes passaram por exames de ressonância magnética cardiovascular, para medir a estrutura e funcionamento da artéria aorta, que é um dos parâmetros usados para mensurar os riscos de problemas cardíacos.

Publicidade

"Existem vários parâmetros para mensurar os riscos cardiovasculares. A elasticidade das artérias é um deles. Com o passar dos anos e o envelhecimento, elas ficam mais rígidas e, consequentemente, isso pode causar aterosclerose, que é a formação de placas de gordura ou outras substâncias nas paredes das artérias. Isso dificulta a circulação do sangue e pode levar ao entupimento", explica o cardiologista e geriatra Juliano Burckhardt.

Leia também

Após cinco meses, os cientistas concluíram que os grupos que associaram dieta a exercícios reduziram quase 10% o peso corporal total ou cerca de nove quilos. Porém, apenas o grupo que teve restrição calórica pequena apresentou melhorias significativas na elasticidade vascular.

Publicidade

"Esses resultados sugerem que a combinação de exercícios com restrição calórica modesta, em oposição à restrição calórica mais intensiva ou restrição não calórica, provavelmente maximiza os benefícios na saúde vascular, ao mesmo tempo em que otimiza a perda de peso e melhorias na composição corporal e distribuição de gordura corporal", disse a médica e autora principal do estudo, Tina E. Brinkley, em artigo publicado na revista científica Circulation.

O estresse causado pela diminuição maior da alimentação pode ter levado as pessoas do grupo a não apresentar melhora na saúde vascular, acredita Burckhardt. "O corte de 600 calorias para um idoso é uma redução abrupta. Grosso modo, é quase uma refeição. O estado de fome leva ao estresse e à liberação do hormônio do estresse, que ajuda a enrijecer as artérias", afirma o cardiologista.

Publicidade

O ensaio ainda concluiu: "A restrição calórica de alta intensidade pode não ser necessária ou aconselhada e tem implicações importantes nas recomendações de perda de peso que melhorem o risco de doença cardiovascular em adultos mais velhos com obesidade."

O que são 250 calorias?

Diante dessas descobertas, fica a dúvida sobre qual alimento tem 250 calorias. Um ovo frito, um bife de carne de frango, uma taça de vinho têm cerca de 250 calorias. Mas Burckhardt, que também é nutrólogo, ressalta que não se trata simplesmente de cortar uma dessas coisas.

"Não adianta reduzir as calorias e privilegiar as calorias vazias, como açúcar, carboidratos simples. É importante dar preferência à alimentação com alto valor biológico e rica em frutas, verduras, oleaginosos... Comida que vai produzir nutriente de fato. Não é cortar 250 calorias e comer uma bolachinha", alerta Burckhardt.

O que é exercício moderado?

O consenso é que, para não ser sedentária, a pessoa precisa praticar 300 minutos de atividade física de leve a moderada por semana, ou 150 minutos de atividade intensa. Porém, cada pessoa responde ao exercício físico de um jeito.

"Via de regra, consideramos uma atividade moderada para os idosos uma caminhada de 30 minutos. Mas as indicações precisam ser individualizadas, respeitando o limite de cada um. Os pacientes perguntam: o que faço, com que velocidade? Vai fazer o que tem aptidão de fazer. Se gosta de nadar, nada; pedalar, pedala. Se não gosta de nada, falo pra ir caminhar", finaliza o especialista.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.