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Dentista com câncer é “salvo” por transfusão de sangue: “Dá um ânimo imediato”

Tratamento de doença afeta células do sangue e doação é essencial

Saúde|Marta Santos, do R7

Cassiano conversou com o R7 enquanto estava internado
Cassiano conversou com o R7 enquanto estava internado Cassiano conversou com o R7 enquanto estava internado

Na batalha contra o câncer, há um soldado que é mais do que essencial para manter o equilíbrio do corpo: o sangue. Muita gente não sabe, mas durante o tratamento dessa doença, há uma redução na quantidade de células sanguíneas, o que fragiliza ainda mais a saúde do paciente. Quem sabe muito bem disso é o dentista Ruck Cassiano, de 33 anos, de São Paulo. Ele lutou contra o linfoma de Hodgkin por mais de um ano e precisou de duas transfusões.

No Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado neste domingo (14), o dentista conversou com o R7 para alertar a população sobre como a doação pode ajudar a salvar vidas, como aconteceu com a dele, por exemplo. Pacientes como Cassiano, que precisam de quimioterapia ou radioterapia para tratar o câncer, sofrem com a redução das células vermelhas do sangue. Como consequência, podem ter anemia, o que deixa o organismo ainda mais frágil.

— Já precisei usar quatro bolsas de sangue, uma de concentrado de plaquetas e duas de hemácias. Sangue é diferente de um remédio, por exemplo, não dá para simplesmente comprar, você depende completamente das doações. Após a transfusão, você sente o efeito na hora. É impressionante. A transfusão dá um ânimo imediato. Depois que o sangue entra, a gente já se reanima.

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O linfoma de Hodgkin atinge parte do sistema imunológico do organismo. A maioria das pessoas descobre a doença quando aparece algum nódulo pelo corpo, principalmente nas regiões do pescoço, axilas e virilha. No caso do dentista, o diagnóstico veio em janeiro de 2014.

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— No começo, eu senti só uma tosse seca durante dois meses. Os médicos tentaram tratar, mas ela sempre voltava. Um dia apareceu um carocinho no meu pescoço, e foi a partir daí que comecei a desconfiar que poderia ser algo mais grave. Então, marquei um oncologista, ele mandou fazer uma biópsia e descobri a doença.

Com a descoberta, Cassiano começou a se submeter à quimioterapia para o tratamento do câncer. Foram 16 sessões e oito meses de tratamento.

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— Fiz esse tratamento até setembro, mas a doença não tinha “zerado” ainda. Esse foi o momento mais difícil, quando o tratamento não tinha dado resultado, mas em nenhum momento passou pela minha cabeça que eu poderia morrer. Foi aí que os médicos disseram que eu precisaria de um transplante de medula óssea.

Alguns meses depois, no dia 14 de maio, o dentista foi internado e começou a se preparar para um autotransplante ou transplante autogênico. Nesse procedimento, retiram-se células-tronco da medula da própria pessoa e, no dia do transplante, elas são reimplantadas no paciente.

Cassiano conversou com o R7 no dia 2 de julho, enquanto estava internado em um hospital de São Paulo se recuperando do transplante. Na ocasião, ele disse: “Não vejo a hora de ir para casa”. Três dias depois, os médicos diagnosticaram que a medula havia “pegado”, ou seja, que as células do sangue haviam voltado a se reproduzir e conseguido chegar à corrente sanguínea, e ele pôde voltar para casa.

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Dentista cria página para ajudar outros pacientes

Após o sofrimento que viveu depois de descobrir a doença, Cassiano contou que resolveu criar uma página no Facebook para compartilhar com outros pacientes informações sobre sua doença. A página leva o nome de Diário de um Hodgkin — A Luta Contra o Linfoma.

— Quando eu ainda não tinha um diagnóstico certo, fui pesquisar sobre a doença na internet e achei a página de uma menina que estava terminando o tratamento. Li a página dela inteira e me ajudou bastante. E pensei: “Vou fazer a mesma coisa que ela fez”. Se a página ajudar alguém de alguma forma, eu já vou ficar muito feliz. Essa troca de experiências é importante.

Durante os meses em que estava lutando contra o câncer, o dentista conta que recebeu muito apoio. Um de seus amigos, Mauro Trevisan, lançou a hashtag “vamopedro”, em dezembro do ano passado, e, por meio das redes sociais, centenas de pessoas se solidarizaram com o caso do dentista.

— No começo, era uma coisa só entre amigos, mas acabou tomando proporções que ninguém esperava. Alguns conhecidos foram levando camisetas com a hashtag para vários lugares, incluindo o Centro de Treinamento do São Paulo [time de futebol paulista] para tirar fotos com jogadores da NBA. Me sinto uma pessoa privilegiada por todo esse apoio que tenho recebido. Se não fosse tudo isso, com certeza, seria bem mais difícil.

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