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Entenda as diferenças entre tremor essencial e doença de Parkinson

Por compartilharem um sintoma em comum, as doenças podem se confundir nas primeiras manifestações; ambas não têm cura

Saúde|Do R7

Tremores se diferenciam na forma como se apresentam nas doenças
Tremores se diferenciam na forma como se apresentam nas doenças Tremores se diferenciam na forma como se apresentam nas doenças

Tremores pelo corpo são sintomas comuns de duas doenças: o Parkinson e o tremor essencial. Apesar da semelhança na forma como se manifestam, o primeiro é uma doença neurodegenerativa, para a qual não há tratamento capaz de impedir a sua evolução, já o segundo não necessariamente evolui de forma a impactar a qualidade de vida.

Em entrevista ao R7, o neurocirurgião Marcelo Valadares, médico da disciplina de neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, explica que a principal diferença entre os dois problemas é a forma como surgem.

No caso do Parkinson, a doença ocorre devido a alterações no núcleo de base do cérebro, o que causa a morte de neurônios que produzem a dopamina. Já o tremor essencial é resultado da falta de regulação na área do controle do movimento, mas não tem relação com os neurotransmissores.

“Uma outra diferença importante é que a doença de Parkinson geralmente causa um tremor que é muito chamativo em repouso, ou seja, o paciente está ali quietinho e está tremendo. O tremor essencial geralmente costuma aparecer durante os movimentos e o paciente não costuma tremer as mãos e os pés quando está parado”, explica o médico.

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Além disso, o Parkinson afeta principalmente pessoas com mais de 60 anos, já o tremor essencial pode aparecer ainda na adolescência e seguir de forma quase imperceptível até os 40 anos, quando normalmente os sintomas se evidenciam, de acordo com Valadares.

“Em geral, o tremor essencial não costuma piorar, em algumas pessoas aumenta ao longo da vida, mas na maioria delas permanece discreto e estável. Na doença de Parkinson nem sempre os sintomas são iguais para todos os pacientes, e entre os mais conhecidos, além do tremor involuntário, estão rigidez corporal, dores musculares, a lentidão nos movimentos e a perda de expressões faciais”, explica o médico.

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Outra diferença entre os problemas é que o tremor essencial afeta igualmente os dois lados do corpo, já com o Parkinson ocorre o contrário, não é comum que alguém diagnosticado com a doença sofra de tremores iguais nas duas mãos ou que os sintomas surjam ao mesmo tempo nos dois lados do corpo, por exemplo.

No caso do Parkinson, a perda de olfato também pode aparecer como um dos sintomas.

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O neurocirurgião destaca que em ambos os casos os tremores podem aumentar significativamente em situações de estresse. Mas, quando se trata de pessoas mais jovens, com idade entre 30 e 40 anos, em geral se trata do tremor essencial se evidenciando.

“Às vezes está tudo bem na vida da pessoa, ela não repara [que tem o tremor essencial] e lá pelos 30 anos começa a ficar mais cansada e passa a notar, então o primeiro pensamento é de que é Parkinson, mas não é. Existe o Parkinson em pessoas jovens, mas é muito raro”, afirma.

Tratamento

No caso do tremor essencial, o tratamento é indicado quando a doença impacta a qualidade de vida do paciente. Como nesse quadro os tremores se manifestam apenas quando a pessoa está em movimento, a intensidade pode impedi-la de realizar tarefas básicas, como beber água e escrever.

Mas, como não há cura, o tratamento precisa ser realizado de forma contínua para a manutenção dos benefícios, segundo o neurocirurgião.

“A maior parte dos pacientes usa remédios que bloqueiam os receptores de noradrenalina, que são substâncias que estimulam o movimento dos músculos. Um exemplo é o Propranolol, que é um remédio muito comum, também usado para diminuir a frequência cardíaca”, explica.

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Em relação ao Parkinson, o neurocirurgião destaca que o tratamento se baseia em medicamentos que têm como função repor as substâncias similares à dopamina, o que contribui para desacelerar a evolução da doença. Além disso, o trabalho de reabilitação com fisioterapia e fonoterapia também é importante.

“Quando o tratamento com remédios não funciona para um paciente, existem outras formas seguras de controle, como a cirurgia intitulada DBS [do inglês deep brain stimulation]. A estimulação profunda do cérebro consiste na implantação cirúrgica de um dispositivo médico semelhante a um marca-passo cardíaco, que leva ao controle desse tipo de movimento involuntário”, explica Valadares.

Recentemente, o repórter da Record TV André Tal, de 41 anos, que sofre com a doença de Parkinson, passou por um tratamento experimental nos Estados Unidos comandado pelo médico brasileiro Marc Abreu. Após a primeira sessão, o jornalista experimentou uma redução considerável dos sintomas.

O Domingo Espetacular acompanhou Tal durante o tratamento. Assista à reportagem na íntegra:

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