O Exército vai ajudar a Prefeitura de São Paulo no combate à dengue. Serão treinados 50 soldados para trabalhar em conjunto com 2.500 agentes da saúde municipal nos principais focos da doença. A parceria deve começar em até dez dias, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a presença do Exército visa facilitar o trabalho dos agentes de saúde em bairros mais perigosos, já que as pessoas temem abrir as portas para os profissionais por causa da violência.
— Queremos usar esses profissionais mais qualitativamente. Em alguns bairros, sobretudo onde há muita violência, a pessoa se recusa a abrir as portas para a Vigilância Sanitária. Não se trata de um problema quantitativo, mas qualitativo. Se a equipe está acompanhada de um soldado, a pessoa se sentirá mais segura em abrir a porta.
De acordo com último balanço, a cidade de São Paulo registrou mais de 30 mil notificações e cerca de 8.000 casos confirmados.
Além de São Paulo, diversos Estados do País sofrem com a doença. Até 28 de março, foram registrados 460,5 mil casos, contra 135,3 mil no mesmo período de 2014. O balanço aponta ainda que 132 pessoas morreram em decorrência da doença, número 29% maior que o de 2014, quando ocorreram 102 mortes.
Metade dos casos registrados pela pasta concentra-se em São Paulo. Foram 257,8 mil ocorrências no Estado, que tem incidência de 585,5 casos por 100 mil habitantes.
A doença é considerada epidemia quanto atinge 300 casos por 100 mil pessoas.
Sintomas
Para reconhecer a doença, é preciso ficar atento aos sintomas, como febre, vômitos, dor nas articulações e nos olhos, além de náuseas e perda de apetite.
Segundo Marinella Della Negra, infectologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a dengue pode até ser fatal. — Quando a pessoa é infectada pela segunda vez, a gravidade da doença é maior. Os sintomas são mais severos e caracterizam a dengue hemorrágica. Nesta, o paciente apresenta pele pálida, sangramentos pelo nariz, boca e gengivas, muitas dores e dificuldade para respirar. E em alguns casos, essa reincidência é mortal. Para a especialista, em bebês, idosos e gestantes, a atenção deve ser ainda maior, pois possuem características imunológicas que podem comprometer a sua recuperação.