Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Mais 2 cubanos abandonam o Mais Médicos e pedem refúgio no Brasil

Associação Médica Brasileira diz que médicos estavam em condições análogas à escravidão

Saúde|Fabiana Grillo, do R7

Insatisfeitos com a baixa remuneração do Mais Médicos paga para os cubanos e motivados pelo caso de Ramona Rodriguez, que deixou o programa em fevereiro, Raul Vargas, 51 anos, e Okanis Borrego, 29 anos, abandonaram o programa do governo federal nesta terça-feira (3). Segundo Florentino Cardoso, presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), eles trabalhavam em “regime análogo à escravidão, já que não tinham a mesma liberdade e remuneração dos brasileiros e dos outros estrangeiros”.

— Já providenciamos todas as documentações necessárias e eles não podem ser deportados até julgamento. Vamos dar todo o apoio para que eles façam o Revalida e possam exercer a profissão no nosso País, como de fato pediram.

Por meio do departamento jurídico da AMB, os médicos cubanos entraram com o pedido de refúgio na Polícia Federal (PF) e no Conare (Conselho Nacional de Refugiados) nesta segunda-feira (2).

Cubana diz ter medo de deixar Mais Médicos: “Ficaria sem ver minha família por 10 anos”

Publicidade

Vargas e Okanis chegaram ao Brasil em 7 de novembro de 2013 e foram trabalhar em Senador José Porfírio, no Pará, por US$ 400 (R$ 933) e mais US$ 600 (R$ 1,4 mil), que ficavam depositados em uma conta em Cuba, conta Vargas.

— Para nós, US$ 1.000 é muito dinheiro, por isso resolvemos nos inscrever para a missão no Brasil. Quando chegamos aqui e descobrimos, por meio do caso da Ramona, que os médicos do programa ganhavam R$ 10.000 nos sentimos enganados.

Publicidade

Bolsa do programa Mais Médicos é reajustada

Vargas e a colega Okanis dizem não saber para onde vai o restante do dinheiro, "provavelmente para o governo de Cuba", acredita o médico. Eles também contaram que em março deste ano nenhum cubano recebeu seu salário e “até hoje não sabemos o motivo”.

Publicidade

— Se não fosse a AMB, não estaríamos aqui, por isso somos muito agradecidos. Acho que seremos um exemplo para os nossos colegas cubanos. Ramona nos abriu o caminho.

A AMB criou em fevereiro de 2014 o Programa de Apoio ao Médico Estrangeiro, com o objetivo de atender profissionais de outras nacionalidades inseridos na rede pública de saúde que necessitem de ajuda caso estejam insatisfeitos com as condições oferecidas pelo governo federal. Além disso, a entidade dá auxílio para solicitações de refúgio ou asilo político.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que " segundo informações repassadas pela embaixada de Cuba no Brasil à OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), o pagamento de março a esses profissionais foi realizado normalmente, dentro do prazo e valor previstos".

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.