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Pai se desespera com diagnóstico de bebê com duas genitálias

Hospital paulista confirma caso de criança com duas genitálias e pai reclama de atendimento

Saúde|Eugenio Goussinsky, do R7

Indivíduo hermafrodita tem órgãos masculino e feminino
Indivíduo hermafrodita tem órgãos masculino e feminino Indivíduo hermafrodita tem órgãos masculino e feminino

No último dia 13, a alegria de um casal pelo nascimento da sua primeira criança foi acompanhada logo a seguir de momentos de desespero. A mãe e o marido, que pediram para não se identificar, não esperavam receber a notícia bombástica vinda de um dos médicos da equipe, de que o bebê nasceu com genitália ambígua (órgão feminino e masculino). 

Há, segundo tal diagnóstico, características de um indivíduo que, em geral, passou por uma má formação embrionária durante a gestação. Nesse caso específico, apesar de a criança ter uma vagina, ela também possui órgãos do aparelho reprodutor masculino, internalizados.

Segundo o pai, a informação chegou de maneira confusa. Ele está insatisfeito com o atendimento recebido no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, localizado na capital paulista e pertencente ao sistema de saúde estadual. O pai não para de afirmar que está recebendo uma sucessão de explicações desencontradas vindas dos médicos da instituição.

— Primeiro me falaram que ela tinha um sopro; depois a informação foi de que a vagina estava inchada. Ouvi também um diagnóstico de que não havia definição. E depois uma médica me falou que o diagnóstico era de que ela tinha estas duas genitálias. Cada médico me falava uma coisa. Nem ligar para eles eu posso, não me deram o contato.

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Bebê sem sexo não consegue ser registrado

Os pais se revezam no acompanhamento da criança. Ele está irritado com a postura do hospital. Ele soube que o bebê passou por um exame inicial e que iria ter de esperar o resultado para poder deixar a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal. Mas, segundo ele, o estado geral do bebê é bom e ele não necessita ficar à espera do diagnóstico.

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— Poderíamos esperar o resultado em casa. Ela está bem. Eu, minha esposa e minha sogra observamos a vagina e quase não reparamos em nada, há realmente um detalhe estranho, mas é mínimo. Estão fazendo pouco caso, era para haver a alta e ainda não houve.

A mãe fez todo o acompanhamento pré-natal com médicos particulares, mas o convênio não cobriu o parto. A surpresa veio quando a equipe médica não permitiu a alta da criança. E mais. O pai diz que os médicos avisaram que ele não poderia registrar ainda o bebê, já que o sexo está indefinido. Segundo ele, toda a gestação foi normal, com todos os exames tendo sido realizados no período pré-natal. Eles apontavam que o bebê era uma menina.

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Inseguro, o pai quer retirar a criança do hospital, já que, segundo ele, há poucos profissionais para atender à demanda total. Ele teme que sua criança fique internada muito tempo no local. Ele ainda não quer falar sobre tratamento. 

— Há oito casos à espera do mesmo exame e as crianças estão internadas há dois meses sem saber de nenhum resultado. Não há lei que me impeça de tirar minha criança daqui, já que não há necessidade dela ficar esperando tanto tempo no hospital. Quero esperar pelos resultados. Calmo e tranquilo eu não estou. E nem acostumado com a ideia. 

Outro lado

A Secretaria de Estado da Saúde, de São Paulo, confirmou o diagnóstico. A instituição enviou comunicado ao R7 ressaltando que o sexo do bebê não está definido ainda.

Segundo a Secretaria, é necessário um tempo para uma definição, antes de a criança receber alta.

— Vale ressaltar que, por ser tratar de um recém-nascido, os exames, que são complexos e específicos, devem ser realizados dentro de um determinado espaço de tempo, conforme preveem os protocolos estabelecidos pela literatura médica. A previsão é que o sexo do bebê seja definido até a próxima semana.

A Secretaria não se pronunciou a respeito da afirmação de que há carência de profissionais no Conjunto Hospitalar do Mandaqui e nem se há outros casos semelhantes naquele hospital.

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