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5G: o que deve mudar primeiro com a nova conexão

Segundo especialistas, a nova rede de internet ainda se encontra em fase muito embrionária na maioria dos países

Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo*, do R7

Conexão 5G tem diversas aplicações que já estão sendo utilizadas atualmente
Conexão 5G tem diversas aplicações que já estão sendo utilizadas atualmente Conexão 5G tem diversas aplicações que já estão sendo utilizadas atualmente

Muito se fala das infinitas possibilidades que o 5G, a nova geração da internet móvel, deve oferecer — carros autônomos, cidades totalmente conectadas e outras tantas possibilidades. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, a tecnologia não deve transformar o cotidiano das pessoas em uma série de ficção científica, pelo menos não em um futuro próximo.

Segundo o professor de engenharia de produção da FEI-SP, Fábio Lima, responsável pelo Centro de Soluções 5G da universidade, em um primeiro momento, os usuários brasileiros serão beneficiados com uma conexão mais estável e mais rápida quando comparada à das gerações anteriores — 10 GB/s, até 33 vezes mais que a velocidade máxima proporcionada pelo 4G, de 300 MB/s.

Mas, em termos de aplicações atuais, nos países que já contam com a tecnologia, as soluções estão ganhando os mais diversos campos.

"Há aplicações de 5G em malhas ferroviárias, para aumento de segurança e maior atratividade de passageiros, por exemplo, e na área industrial, reduzindo custos e aumentando a produtividade. A agricultura de precisão também já vem se beneficiando do uso da nova tecnologia. São vários os exemplos", afirma Lima.

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Na última quarta-feira (15), as cidades de Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Franca (SP) se tornaram as primeiras do país a contar com o serviço. Natal, capital do Rio Grande do Norte, recebeu um evento para "degustação" da nova rede.

Em outro evento em São Paulo, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse ainda que todas as cidades brasileiras, inclusive localidades afastadas e comunidades rurais, terão acesso à nova geração de telefonia móvel até, no máximo, 2028. A expectativa é que todos os 5.570 municípios do Brasil terão ao menos a tecnologia 4G até o fim da implementação do 5G no país.

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China

Apesar de o Brasil, bem como a maioria dos outros países, ainda estar no início da implantação da tecnologia, é possível encontrar exemplos em uma nação que já está mais avançada nesse processo, a China.

De acordo com levantamento divulgado em junho deste ano pela Viavi Solutions, empresa que atua no fornecimento de redes e serviços de telecomunicações, o 5G já está disponível em 65 países, sendo a China a nação com maior cobertura dessa rede, com 376 cidades conectadas. Na sequência, aparecem Estados Unidos (284) e Filipinas (95).

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Na potência asiática, a nova geração de internet móvel já é utilizada para diversas tarefas. Shenzhen, no sudeste do país, por exemplo, conta com o primeiro e único hotel 5G do mundo, o que possibilita serviços como elevadores inteligentes, robôs para servir os hóspedes e videogames em tempo real. Com quase 50 mil antenas, a cidade possui a maior rede de conexão 5G do mundo até o momento.

Em outra cidade chinesa, Tianjin, uma paciente de 36 anos pôde ser operada por uma equipe médica que estava em Pequim, a 100 quilômetros de distância. Os cirurgiões efetuaram o procedimento manejando ferramentas robóticas de forma remota. O feito só foi possível porque, dois meses antes da cirurgia, o país havia começado a operar com a nova geração de internet móvel.

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"A meu ver, o investimento da China nessas aplicações ultrassofisticadas é uma espécie de propaganda", afirma o professor Vivaldo Bretenitz, especialista em tecnologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "O mundo ainda está em uma fase muito embrionária do 5G e, na maioria dos países, a tecnologia ainda não é confiável a ponto de pôr em prática aplicações que ponham em risco vidas humanas."

Fábio Lima, da FEI-SP, por sua vez, tem uma visão um pouco diferente. Ele acredita que a cirurgia a distância não é questão de futurismo, mas de tendência que ganhará espaço em breve.

Segundo ele, a ideia de fazer uma cirurgia a distância não é de hoje. Ela é antiga, mas não podia ser viabilizada pelas redes de telefonia móveis anteriores devido ao tempo de latência. Com o 5G, o tempo entre ação e reação é praticamente zero, o que permite uma comunicação quase instantânea entre pessoas e dispositivos. Da mesma forma, outras aplicações da rede devem ser postas em prática à medida que a tecnologia se tornar mais presente.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Fábio Fleury

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