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Internet das coisas pode criar cidades inteligentes com investimento menor do que internet 4G

Mundo conectado está mais próximo do que você imagina, afirma especialista

Tecnologia e Ciência|Tiago Alcantara, do R7

Internet das coisas pode ser o próximo passo da influência no nosso dia a dia
Internet das coisas pode ser o próximo passo da influência no nosso dia a dia Internet das coisas pode ser o próximo passo da influência no nosso dia a dia

Imagine a cena: você está passeando pela cidade quando seu relógio inteligente indica que há um novo café, altamente recomendado pelos seus amigos em redes sociais, que abriu a apenas duas quadras. Melhor ainda, há uma promoção para novos clientes. Com alguns toques no aplicativo de central de comando do seu carro autônomo, você ajusta o roteiro para o novo destino. Em uma nova aba, você consulta o sistema da prefeitura para saber se há vagas nos estacionamentos próximos.

Após o café, você chega em casa e deixa seu smartphone em cima da mesa de carregamento sem fio, enquanto o termostato ajusta a temperatura de acordo com suas preferências. Enquanto relaxa no sofá, sua geladeira manda uma notificação de que você precisa comprar ingredientes para o jantar com seu amigos, que está agendado no seu calendário.

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O conceito descrito na cena acima é só uma prévia do que a internet das coisas poderá fazer por todos nós no futuro. De acordo com especialistas e grandes fabricantes, a conexão entre aparelhos domésticos, eletrônicos, sensores, estradas, carros e qualquer outro sistema é uma tendência que deve nortear os lançamentos nos próximos anos.

Para saber um pouco mais sobre o potencial e as preocupações que esse futuro conectado pode nos trazer, conversamos com o presidente do IET (Instituto de Engenharia e Tecnologia de Londres) William Webb. Webb também é professor visitante da Universidade de Survey (Inglaterra), autor de 12 livros e 18 patentes e membro do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) - organização técnico-profissional que reúne especialistas de várias áreas por todo o mundo. Confira o que o especialista tem a dizer sobre a internet das coisas.

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R7 - Quais áreas terão maior impacto causado pela internet das coisas?

William Webb — Essa é uma previsão muito difícil. Talvez seja na saúde - uma área que está madura para a inovação por causa das demandas que crescem rapidamente. A internet das coisas poderia permitir vida assistida em casa, diagnóstico remoto e, eventualmente, usae "big data" para uma melhor compreensão da doença, tais como a capacidade de acompanhar de perto a propagação de epidemias e controlá-los. Já vimos os primeiros sinais desse poder quando uma loja de departamentos dos EUA conseguiu identificar uma mulher estava grávida antes que ela soubesse!

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R7 - Existem várias obras de ficção que mostram cidades e cidadãos conectados em uma única rede. Quanto tempo até a internet das coisas estar em todos os lugares?

William Webb — Provavelmente cinco a dez anos. Nós já temos toda a tecnologia que precisamos, agora é um caso de implantação de redes e lançamento de dispositivos. Normalmente, estes sistemas levam um longo tempo para surgir, mas uma vez que a maioria dos blocos de construção já estão em vigor, eles devem crescer incrivelmente rápido - vimos isso, por exemplo, com a tecnologia de dados móveis que definhou durante cerca de cinco anos até que o iPhone estimulou o crescimento exponencial maciço.

Com a internet das coisas, objetos e pessoas podem ser conectadas entre si
Com a internet das coisas, objetos e pessoas podem ser conectadas entre si Com a internet das coisas, objetos e pessoas podem ser conectadas entre si

R7 - Quais são os investimentos necessários em infraestrutura para tornar possível a internet das coisas?

William Webb — Uma rede sem fios generalizada. Isso seria semelhante a redes celulares de hoje, mas elas devem ser otimizadas para a internet das coisas. Podem ser implementadas pelas operadores móveis nos mesmos mastros e utilizando sua estrutura ou por um novo operador. Em termos de investimento, exige menos do que um décimo de redes 4G. Há também alguma necessidade de sistemas de processamento "Big Data", mas a maioria destes pode ser hospedado na nuvem a estrutura que já existe.

R7 - Pode comentar as iniciativas de Google, Apple e outras companhias para os sistemas de carros, objetos de casas e computadores de vestir?

William Webb — Eles são interessantes e atraem muita atenção, mas as implementações mais importantes e mais antigas da internet das coisas são as "industriais" - os sistemas que melhoram a produtividade, tais como a medição inteligente, estacionamento inteligente, monitoramento de lâmpadas de rua e assim por diante. O espaço do consumidor seguirá para trás e vai levar algum tempo antes que se torne claro quais serão os sistemas simples e baratos o suficiente para integrar o cotidiano das nossas vidas.

R7 - A demanda por serviços de internet em todos os lugares e "cidades conectadas" é crescente no Brasil. Como é possível atingir esse objetivo?

William Webb — Investimento em infraestrutura: uma rede é necessária e então os sensores que possam ser implantados em diferentes serviços pela cidade.

R7 - O fato de estar em uma cidade conectada pode nos levar a um cenário de vigilância e exposição?

William Webb — Possivelmente, mas tenha em mente que nós já podemos estar sendo monitorados em alguns dados com base nos nossos celulares. A internet das coisas não representa nenhuma mudança nesse sentido.

R7 - Qual sua opinião sobre os aspectos de segurança de dados na internet das coisas?

William Webb — É importante que os sistemas sejam seguros. A segurança dos sistemas de dados pode ser menos importante do que garantir que os dispositivos se conectam à rede corretas e que os dispositivos se conectam às redes certas e garantir que os dispositivos sejam quem eles dizem ser. Por exemplo, ser capaz de decodificar as leituras de um medidor de energia inteligente de alguém pode não ser um problema, mas se você puder controlar isso e desligar o fornecimento de energia elétrica, fingindo ser a rede elétrica, então, temos um grande problema.

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