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SxSW: conheça 5 macrotendências de inovação e comportamento

Fim dos smartphones, tecnologia imersiva no dia a dia, inclusão e igualdade social são alguns dos temas de destaque da feira neste ano

Tecnologia e Ciência|Aline Sordili, diretora de desenvolvimento multiplataforma da RecordTV, em Austin

Fim dos smartphones e mais dispositivos conectados: pulseiras, roupas e fones
Fim dos smartphones e mais dispositivos conectados: pulseiras, roupas e fones Fim dos smartphones e mais dispositivos conectados: pulseiras, roupas e fones

Termina neste domingo (25/03) mais uma edição do SxSW (South by Southwest), conhecido por lançar tendências e ser o principal festival de economia criativa do mundo.

Criado em 1987 com foco em música, o evento cresceu e atualmente é conhecido por identificar e lançar o que será moda nas áreas de comportamento e consumo para todo o mundo. E, principalmente, como juntar vários desses temas em torno de um objetivo só. Foi em uma das edições do SxSW que o Twitter foi lançado para o mercado, por exemplo.

Neste ano, o festival teve participação recorde de brasileiros, com 1.336 pessoas inscritas. O Brasil reúne a quarta maior delegação estrangeira, ficando atrás do Japão, da Alemanha e do Reino Unido.

Grandes empresas como Natura, Avon, Gerdau, Gol e Bradesco participaram representando o país. Somente a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) levou mais de 77 startups.

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O R7 esteve lá e pode acompanhar novidades como o fim dos smartphones, robôs, carros autônomos, realidade aumentada, virtual e mista, casas e cidades inteligentes, blockchain, igualdade, diversidade, ativismo e tolerância.

Tudo isso e muito mais pode ser visto em Austin, Texas (EUA). Neste ano, o SxSW abriu duas novas conferências: games e comédia, além das já tradicionais sobre música, interatividade, cinema e educação. O evento também teve a tradicional exposição de marcas, empresas e países, além da feira de carreiras, bem-estar e saúde, games e arte. Abaixo, cinco macrotendências para você pensar e conhecer:

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1 - O fim dos smartfones, reconhecimento facial e de voz

Amy Webb, futuróloga, fundadora do Future Today Institute e professora da Universidade de Nova York, afirmou que os smartphones vão acabar. E isso começa já em 2018. Isso quer dizer que as pessoas vão ter mais e mais dispositivos conectados, como pulseiras, roupas, fones de ouvido, e passarão a usar também esses aparelhos para ficarem conectados. 

“O passado está num celular no meu bolso%2C o presente nos comandos de voz e o futuro em nossas cabeças”

(Christopher Ferrel, diretor de Estratégias Digitais do The Richards Group)

Há também quem aposte que, em até 10 anos, teremos chips implementados nas nossas cabeças. “O passado está num celular no meu bolso, o presente nos comandos de voz usados hoje por mais de 60 milhões de norte-americanos e o futuro em nossas cabeças”, afirmou Christopher Ferrel, diretor de Estratégias Digitais do The Richards Group. E é por isso que as tecnologias de reconhecimento de voz e facial estão cada vez mais apuradas.

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2 - Realidade virtual, realidade aumentada, realidade mista e inteligência artificial

Os universos digital e físico estarão integrados. Tecnologias como Inteligência Artificial, Realidade Virtual, Realidade Aumentada vão permitir que as marcas e os consumidores realizem experiências integradas ao nosso dia a dia. Por exemplo: jogar um videogame com um óculos de realidade virtual enquanto corre na esteira, em um game de perseguição. A sua velocidade na esteira vai ditar o ritmo no jogo.

O vice-presidente da Lampix, Gordon Meyer, mostrou a sua tecnologia de realidade aumentada sem a necessidade de usar um aparelho específico para vivenciar a experiência. Um dispositivo similar a um projetor reconhece objetos em qualquer superfície e apresenta conteúdo. Veja um exemplo neste vídeo:

A indústria da beleza, por exemplo, já simula cores de batom, cor e corte de cabelo, formatos de sobrancelhas com realidade aumentada.

3 - Casas inteligentes, cidades inteligentes, carros autônomos e mobilidade urbana

Neste mundo extremamente conectado, todos os dados gerados por você em sua casa, cidade ou carro são armazenados com o objetivo de tornar as aplicações mais eficientes. Quanto mais sabem sobre seus hábitos, mais entregam uma experiência perfeita.

Isso é bom? É. Mas causa preocupação até em pessoas como Elon Musk, fundador da Space X e da Tesla, pela falta de regulamentação.

"Precisamos levar isso muito a sério”, disse ele em uma visita surpresa ao SxSW. A criação de ferramentas de regulamentações parece ser a única forma possível de evitar efeitos negativos do excesso de dados. “Eu não costumo ser favorável a regulamentações, mas é necessário que exista um corpo público que garanta que todo mundo esteja desenvolvendo Inteligência Artificial de maneira segura”, sugeriu o empreendedor.

O uso de dados para melhorar a qualidade de vida foi tema de muitos painéis e debates em Austin. Expositores apresentaram soluções tecnológicas que resolverão muito dos problemas dos centros urbanos, facilitando a vida das pessoas em diferentes aspectos da mobilidade urbana à indicação de estabelecimentos para pessoas que têm alergias alimentares.

O carro autônomo é outro ponto em que a inteligência artificial vem para melhorar a vida das pessoas e suas comunidades.

"Os carros autônomos têm a oportunidade de mudar o mundo"

(John Krafcik, CEO da Waymo)

“Nos Estados Unidos, o número de carros é bem maior do que o de carteiras de motorista. Algumas cidades chegam a ter 20% ou 30% dos seus espaços dedicados aos carros. Esses veículos costumam ficar parados 95% do tempo. E 75% das vezes os motoristas são os únicos passageiros. Acho que os carros autônomos têm a oportunidade de mudar o mundo, de ajudar a reduzir as emissões de gás carbônico”, afirmou John Krafcik, CEO da Waymo. Assista ao vídeo com a visão 360 graus do Waymo.

4 - Blockchain

Blockchain não é criptomoeda. Foi uma tecnologia criada para garantir a segurança entre as transações de bitcoins e todos os tipos de criptomoedas. Mas logo a indústria percebeu o potencial do blockchain para diversas aplicações.

Joseph Lubin, cofundador da Ethereum, o mais poderoso sistema de blockchain do mundo, apresentou o sistema UJO Music. Esta plataforma que permite que artistas se registem, subam seus conteúdos, definam licenças para uso e sejam pagos pelo público sem intermediários. Nesta plataforma, a música sai mais barata para quem precisa usar e o artista recebe mais dinheiro. A pesquisa internacional Grand View Research estima que o mercado global de blockchain movimente US$ 7,74 bilhões até 2024.

O blockchain e as criptomoedas ajudam a viabilizar a economia colaborativa e economias locais. Para o blockchain virar realidade existem dois pontos sensíveis que deverão ser parte da discussão: confiança e governança. Como ter regulamentação e regras em uma dinâmica tão livre?

5 - Igualdade, diversidade, tolerância

Stacy Brown-Philpot, CEO do TaskRabbit e uma das poucas mulheres negras em altos cargos nos Estados Unidos, recomendou uma reflexão. “Voltem aos seus trabalhos e se perguntem: o que estou efetivamente fazendo para mudar as coisas com as quais não concordo? Com quem estou unindo forças? Quem estou puxando para cima enquanto subo até o topo?”

No SXSW Edu, seguimento do evento voltado para educação, Michael Sorrell, presidente da Paul Quinn College, em Dallas (Texas), falou sobre como transformou sua faculdade em um movimento com o objetivo de acabar com a pobreza nos Estados Unidos. Paul Quinn é uma faculdade fundada em 1872, por pastores evangélicos africanos. O objetivo era educar os africanos libertados da escravidão.

No comando da faculdade desde 2007, Sorrell acredita que acabar com a pobreza passa por dar acesso a oportunidades de estudo e trabalho a grupos socialmente excluídos. A Quinn College abriu suas portas para estudantes de baixa renda (80% dos alunos). A faculdade busca o potencial de cada aluno e estimula esses potenciais. Para Sorrell, “alguns alunos não aprendem não porque não são capazes de aprender, mas porque alguém não foi capaz de lhes ensinar”.

Fazer política poderia ser simplesmente não tuitar conteúdos contra minorias, sejam elas étnicas ou religiosas, certo? Sadiq Khan, prefeito de Londres, abriu sua palestra lendo agressões que ele próprio recebeu nas redes sociais. O político é o primeiro prefeito de origem muçulmana a governar a capital inglesa.

Para ele, a intolerância pode frear futuros talentos em várias áreas, inclusive na política. Ele falou sobre inteligência artificial e computação cognitiva para maior eficiência dos processos governamentais ainda hoje tão burocráticos. “Somos, talvez, os grandes culpados pela falta de alternativas, pois assistimos sentados a revolução acontecer nos últimos anos. A tecnologia não pode vir apenas das empresas de tecnologia e dos inovadores, mas também dos políticos e dos governos”, afirmou.

"A tecnologia não pode vir apenas das empresas de tecnologia e dos inovadores%2C mas também dos políticos e dos governos”

(Sadiq Khan, prefeito de Londres)

Josephine Goube é CEO da Techfugess, uma organização que ajuda refugiados ao redor do mundo. Por meio da tecnologia, dão acesso à informação, educação e até ensinam como ganhar dinheiro, vendendo conhecimento e serviços. Há pessoas vivendo em campos de refugiados e dando aulas de árabe pelo Skype.

Propósito e cultura corporativa foi outro grande tema. As empresas estão se reposicionando para atrair os consumidores das novas gerações. E as empresas mais novas já precisam nascer transparentes e mostrando coerência entre seus valores e atividades.

O combate a qualquer tipo de preconceito, a igualdade entre gêneros e etinias entrou definitivamente para ficar no SxSW. O vice-presidente de marketing da Pepsico, Todd Kaplan, e a diretora criativa da agência digital R/GA, A. J. Hassan, falaram sobre a importância de as marcas terem propósitos. Os consumidores buscam hoje produtos e serviços comprometidos em impactar positivamente a cultura e a sociedade.

Na linha de causas e propósitos, o Black Gotham Experience é um projeto imersivo que conta a história sobre a chegada dos escravos africanos em Nova York e os impactos na cidade até hoje. O projeto oferece desde passeios guiados pela cidade, até manifestações culturais como graphic novels, design, moda e fotografia por meio da realidade virtual e aumentada.

Para entender a importância da diversidade, em um mundo extremamente conectado e automatizado, ensinar as máquinas a pensar de forma plural vai ser fundamental para melhores e mais eficientes experiencias. 

“A tecnologia de inteligência artificial precisa aprender com o ser humano e, por isso, é importante que esse conhecimento não seja realizado apenas a partir de um ponto de vista. Precisamos investir na diversidade das equipes de programação que trabalham com inteligência artificial”, disse Richard Socher, cientista-chefe da Salesforce e professor adjunto da Universidade de Stanford.

A diversidade traz um olhar mais criativo e abrangente para inovações, criando sistemas que promovem a inclusão e a representatividade.

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