Um dos aplicativos mais queridos dos turistas, o Airbnb é um sistema de compartilhamento de acomodações bastante famoso. Além de ganhar um dinheiro alugando um quarto ou casa, o serviço também garante preços melhores do que uma estadia em hotel aos visitantes. Entretanto, uma onda de práticas danosas tem se tornado comum no serviço: usuários que alugam lugares diretamente dos proprietários e, então, colocam as acomodações para aluguel no aplicativo - tirando um lucro de até 150% em cima o valor original.
O lucro obtido nesta prática não é declarado à Receita Federal e funciona sem o conhecimento do locador original, que não faz uso do aplicativo - já que, em alguns casos, o locatário nem chega a habitar o imóvel.
Certificações passam batido
Para os usuários que buscam acomodação, não interessa muito se a locação é do próprio anfitrião ou sublocada, uma vez que a diferença também não é perceptível para o usuário final. Um dos poucos indícios que podem indicar que a residência não seja do ofertante no site é a falta de certificações.
O Airbnb possui uma série de certificações que vão desde fidelidade ao anúncio até pontuação pelo bom serviço oferecido, tudo para dar mais segurança aos usuários. Porém, essas certificações passam até despercebido para alguns viajantes, como conta o designer Gustavo Kaly.
— Na verdade, eu nem sabia que existia essa certificação e para mim a falta dela não fez diferença.
Kaly já utilizou o serviço do Airbnb tanto no Brasil como no exterior, e já se hospedou em locais não certificados. Para ele, o que conta mesmo é o estado do local e a proximidade dele com pontos chaves no roteiro da viagem.
— Geralmente faço viagens de baixo custo, então é essencial localização, como próximo a lugares que passarei mais tempo. Dou uma olhada no preço e vejo as fotos para saber se o local aparenta ser confortável.
Entenda como funciona o Airbnb e a polêmica com o setor hoteleiro
A falta de certificação por parte do anfitrião também não atrapalhou a viagem da jornalista Raíssa Mokarzel. Nas duas experiências que ela teve utilizando o Airbnb, ela se surpreendeu positivamente.
— Na primeira vez, eu e meu namorado fomos parar no endereço errado e o anfitrião foi nos buscar, achei isso o máximo! E no segundo, levei amigos lá, fizemos a ceia, foi uma experiência ótima.
Prática é condenada
A prática de sublocar imóveis para alugá-los é condenada pelo Airbnb. O gerente de marketing da empresa, Samuel Soares, afirma que é indicado pesquisar bastante sobre a localidade alugada, assim como dar preferência aos usuários com as certificações da empresa.
— Na própria plataforma recomendamos aos anfitriões que consultem sua convenção de condomínio para certificar que sublocações não são proibidas ou que não haja nenhuma restrição em relação à hospedagem. Os selos de verificações ajudam os usuários a se sentirem mais seguros. Utilizar o chat da ferramenta para se comunicar, ver os comentários de outras pessoas sobre as características dos anúncios e dos anfitriões também ajudam a garantir uma estadia perfeita.
Se comunicar bastante com o anfitrião, ler os comentários de outros usuários e checar a localidade do imóvel são alguns passos imprescindíveis para uma boa estadia. Raíssa não se sentiu prejudicada quanto a falta de alguns certificados, mas reconhece que elas são umas forma efetiva de garantir uma boa estadia.
— Uma certificação dá uma segurança maior de que você não vai chegar e o lugar não existir ou é completamente diferente daquilo que estava nas fotos.
*Colaborou Raphael Andrade, estagiário do R7