Com quase três meses de idade, as gêmeas baianas Maria Clara e Maria Eduarda – chamadas carinhosamente de Marias – chegaram esta semana em Goiânia. Unidas pelo abdome, as garotas, que compartilham apenas um fígado, estão internadas no Hospital Materno Infantil, onde farão a cirurgia de separação. A expectativa dos médicos é de que a cirurgia ocorra nos próximos 15 dias.
A cidade de Goiânia não foi escolhida por acaso. É lá que está localizado o Hospital Materno Infantil, unidade que é referência na separação de gêmeos siameses. O cirurgião pediátrico Zacarias Kalil, especialista no procedimento, já realizou 14 cirurgias deste tipo.
Experimente grátis: assista todos os programas da Record na íntegra no R7 Play
A última delas, dos gêmeos baianos Arthur e Heitor Brandão, de seis anos. Arthur morreu alguns dias depois do procedimento, mas Heitor sobreviveu. Depois de mais de cinco anos de tratamento em Goiânia, a família voltou esta semana para Riacho de Santana, no interior da Bahia.
O cirurgião pediátrico Zacarias Kalil realizou a primeira consulta com as meninas e informou que elas tiveram que ser medicadas para controlar a pressão arterial.
— A maior complicação, inicialmente, é a hipertensão arterial de uma delas, que também apresenta uma alteração renal. Quando você medica uma, para baixar a pressão, a outra também é afetada pelo medicamento e isso diminui a diurese. Temos que ter o cuidado de observar constantemente a diurese e verificar a pressão arterial com frequência para evitar complicações.
Expectativa favorável
O médico acredita que o caso das Marias parece ser mais simples do que o dos irmãos baianos.
— No caso das meninas, existe uma expectativa favorável. A condição delas é totalmente diferente da dos gêmeos Arthur e Heitor. Uma delas é o tipo de união, chamada de onfalópagas (ligadas pela região do umbigo).
Segundo Kalil, um cirurgião plástico, especializado neste tipo de caso, vai realizar um exame detalhado com as gêmeas. Caso seja considerado que elas possuem tecido suficiente, devem ser separadas nos próximos dias.
— Temos que analisar a saúde das duas e realizar um estudo completo. Caso esteja tudo bem, acredito que a cirurgia pode ser realizada nos próximos 15 dias.
Família unida
A família das gêmeas está hospedada na Casa do Interior, um abrigo mantido pelo governo de Goiânia. Antes de viajarem, as garotas ganharam o carinho da avó, Francislei Santana, responsável por realizar uma campanha nas redes sociais para viabilizar a ida da família para Goiânia.
— Sou uma avó coruja e estamos aqui para dar apoio e carinho a elas.
A mãe das meninas, Denise Oliveira, se mostrou ansiosa com a cirurgia.
— Amo as duas e peço a Deus que dê tudo certo com essa cirurgia. Estamos fazendo uma corrente de orações e confiamos que tudo já deu tudo certo!
O pai das garotas, Caique Santana, está confiante.
— Desejo que a cirurgia seja bem sucedida, que tudo ocorra da melhor forma. Sei que ainda teremos momentos muitos felizes para dividir com a nossa família. Temos muito amor para dar a elas.
Caso
Para realizar a cirurgia, a família das Marias iniciou uma campanha nas redes sociais. Após o início da campanha, a família noticiou que as meninas conseguiram vaga para realizar a cirurgia no Hospital Materno Infantil, unidade que é referência na separação de gêmeos siameses.