O deputado federal André Vargas (PT-PR) irá renunciar ao seu mandato na Câmara na próxima terça-feira (15). O petista vem sendo pressionado pelos próprios colegas de partido desde que veio à tona sua ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso em operação da PF (Polícia Federal) que desmontou esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Antes disso, Vargas já havia se licenciado por 60 dias do mandato e renunciado ao cargo de vice-presidente da Câmara.
A decisão foi tomada nesta segunda-feira (14) em reunião com o presidente do PT, Rui Falcão, e outros membros da Executiva Nacional do partido.
Segundo uma liderança próxima a Vargas, o ainda deputado estava “abatido e arrasado”, mas entendeu o posicionamento do partido.
A direção petista argumentou que, com o voto aberto em plenário, ele provavelmente seria cassado. E que o processo ainda se arrastaria por 90 dias na Comissão de Ética da Câmara, o que não seria bom nem para ele, nem para o PT.
Na reunião, foi dito a Vargas que o partido não lhe viraria as costas, mas que também não poderia encampar sua defesa.
Outro ponto que pesou foi o envolvimento de Youssef com as suspeitas de corrupção na Petrobras. Com o governo tentando de todas as formas abafar ou ao menos amenizar os efeitos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que a oposição quer instalar para investigar a estatal, ter o nome do deputado envolvido em escândalos só agravaria o cenário.
Vargas aparece em diálogos captados pela PF no qual ele troca mensagens com o doleiro para tratar de projeto de interesse de uma empresa de Youssef com o Ministério da Saúde. Além disso, o petista usou um jato cedido pelo doleiro para passar férias com a família no Nordeste.