O novo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) disse nesta segunda-feira (4), depois de tomar posse, que as denúncias e o dossiê contra ele entregue na Casa antes da votação são "coisas pequenas", que ele vai perdoar. Segundo o peemedebista, a vitória no primeiro turno com 271 votos é a melhor resposta que ele pode dar aos adversários.
— Foi uma vitória espetacular. [O dossiê, as denúncias] são coisas menores, temos que aprender, perdoar e fazer essa Casa voltar a ter seu respeito. Eu só tenho a agradecer. A resposta está aí: é a vitória no primeiro turno. Essa é a melhor resposta que eu poderia ter.
Apesar do dossiê, Alves disse que foi um "jogo limpo".
— Foi uma disputa democrática, respeitosa, foram quatro candidatos que tiveram oportunidade de expor suas ideias. Esse é o Parlamento, esse é o debate que essa Casa quer assistir.
Alves falou com a imprensa logo após a sessão de escolha do presidente e da nova Mesa Diretora da Câmara. Ele venceu os deputados Rose de Freitas (PMDB-ES), Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
— Fico muito emocionado com essa vitória no primeiro turno. Um sonho que realizo, 42 anos depois. E quem chega a realizar esse sonho, tem muito trabalho pela frente. Essa Casa requer debate, requer discussão, requer transparência, e eu tenho a obrigação de fazer ou fazer.
O novo presidente disse que entre as pautas prioritária estão os vetos e o FPE (Fundo de Participação dos Estados), que deveria ter sido votado em dezembro e criou um impasse para o repasse do dinheiro aos Estados.
— Para nós as questões imediatas está o novo pacto federativo, do FPE, é trabalhar para corrigir. É uma pauta muito intensa. O Legislativo é um poder para discutir e decidir. É debater e votar. Isso que essa Casa quer e que o povo quer dos seus deputados e seus senadores. Eu conheço essa casa e sei o que ela pode fazer, o que ela deve fazer e o que ela há de fazer.
Alves comentou ainda sobre o orçamento impositivo, que determina uma execução mínima de emendas parlamentares. Disse que essas "questões individuais" são menores. Sobre os vetos, o presidente prometeu trabalhar para discutí-los sempre.
— Isso [não votar vetos] é muito ruim para o poder Legislativo, o veto não pode não deve ser última palavra.