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Empresários discutem impacto do roubo de carga no país

O uso de sistemas de inteligência foi um dos destaques em evento na Fiesp.  Em 2017, roubo de carga teve impacto de R$ 1,5 bilhão

Brasil|Karla Dunder, do R7

Empresários de diversos setores discutem segurança
Empresários de diversos setores discutem segurança Empresários de diversos setores discutem segurança

Em evento na Fiesp (Federação das indústrias de São Paulo), na manhã desta segunda-feira (25), empresários do setor de transporte, representantes das polícias e do governo debateram a questão de segurança pública durante o Seminário Impacto do Roubo de Cargas sobre a Competitividade da Indústria.

Roubo de carga encarece frete e pode causar desabastecimento

"Temos verdadeiros ralos produtivos no país e o maior deles é o roubo de cargas em todo o Brasil, em especial no eixo Rio-São Paulo", afirmou na abertura do evento Carlos Erane de Aguiar, Diretor Titular do Departamento de Defesa e Segurança da Fiesp.

De acordo com Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial e do Fórum Nacional de Combate à Pirataria e a Ilegalidade, o Brasil perdeu R$ 146 bilhões em 2017 devido ao contratabando, pirataria, fraudes nos combustíveis entre outros. "Só o roubo de carga tem um impacto R$ 1,5 bilhão."

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"A Souza Cruz perdeu R$ 100 milhões com o roubo de cargas e tivemos seis óbitos nas nossas operações ", diz Gustavo Dietz, diretor de segurança da empresa. "Hoje decidimos investir em inteligência com uso de rastreadores, imagens, entre outros recursos."

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Ricardo Coelho, diretor do departamento de defesa e segurança e coordenador do comitê de rastreabilidade da Fiesp observa que somente em São Paulo foram registrados 2.970 roubos de carga no último ano. "Este tipo de crime, assim como a falsificação ou importação ilegal de produtos, alimenta uma atividade empresarial muito lucrativa, que prejudica a competitividade da indústria."

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O cenário apresentado por Valter Sergio de Abreu, coordenador estadual do Procarga, programa de redução de furtos, roubos e recepção de Cargas, a maioria dos roubos ocorre durante o dia, entre 6h às 15h, na área urbana — 80% dos casos. "No entanto, os 20% que ocorrem nas rodovias, principalmente na região de Campinas, representa um prejuízo maior, por serem eletrônicos ou produtos mais caros", observa Coelho.

Para Vismona, um dos problemas está na receptação do produto. "A grande questão está na demanda e oferta, não encontramos camelôs vendendo geladeira, por exemplo. Lojas recebem e revendem esses produtos por preços irreais, que prejudicam toda a cadeia produtiva". 

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Durante o seminário, dois caminhos são apontados para melhorar a situação. O primeiro é a legislação. Empresas pegas vendendo produtos roubados podem perder o seu registro, o CNPJ. Lei que já existe no Estado de São Paulo e projeto de lei tramita na Câmara, em Brasília. 

A segunda opção é o investimento em inteligência e na rastrastreabilidade dos produtos. "Hoje temos uma série de réplicas, com a rastreabilidade daremos um DNA para aquele produto", explica Coelho.

Um meio é o uso de QR Code no produto. Basta usar um smartphone para que todo o histórico seja acessado.

"O consumidor passa a atuar também nesse combate, ali ele sabe a procedência do produto e se vale a pena comprar ou não", diz Vismona.

A tecnologia está disponível, mas ainda não foi colocada em prática. "Precisamos resolver questões de regulação, como no caso dos medicamentos e a Anvisa tem feitos esforços neste sentido e da própria indústria que precisa entender que a rastreabilidade não é um custo, mas um investimento com retorno certo."

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