Um dia após a presidente Dilma Rousseff sancionar a Lei dos Caminhoneiros, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), criticou nesta terça-feira (3) a continuação de manifestação em rodovias do País.
De acordo com o último balanço divulgado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), apenas o Rio Grande do Sul registrou interdições nesta manhã, com sete pontos de bloqueios parciais em estradas do Estado.
Guimarães classificou como “estranha” a continuação dos protestos mesmo após a negociação com o governo.
— É estranho que de uma hora pra outra aconteçam esses movimentos pendulares em um ou outro Estado.
O parlamentar ressaltou que um acordo foi firmado entre lideranças do movimento e o governo disse que a paralisação estaria sendo manipulada.
— Eu acho que é gente manipulando a greve dos caminhoneiros, porque não tem mais greve. Foi feita a negociação e o governo, que se diz democrático e republicano, cumpre acordo. Esse acordo nós estamos exigindo que ele seja cumprido. Porque não foi ninguém que assinou, foram as lideranças nacionais que assinaram o acordo com o ministro Miguel Rosseto.
Guimarães ainda comentou a reivindicação de redução no preço do óleo diesel e disse que este foi o único ponto que não pode ser discutido, pois influenciaria na política de preços adotada no mercado.
— Eles apresentaram 100 pontos. [O governo] tendeu 99. Na questão do preço do diesel não pôde evidentemente abrir uma exceção para eles porque ai você vai mexer na política de preços.
De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), as indústrias de aves e suínos tiveram prejuízo de cerca de R$ 700 milhões com os bloqueios de rodovias realizados no País nos últimos dias.