O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse, em depoimento na CPI da Petrobras, nesta terça-feira (5) estar arrependido pelos atos ilícitos que cometeu na empresa.
Costa também isentou a estatal de responsabilidade pelo esquema de desvio de dinheiro e pagamento de propina.
— Nada disso teria acontecido se não fossem alguns maus políticos. A origem do que aconteceu na Petrobras foi maus políticos, que fizeram tudo isso acontecer.
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Ele afirmou que os deputados têm agora a oportunidade de romper com o que chamou de “sistema podre”.
Segundo o ex-diretor da estatal, dos 35 anos em que trabalhou na Petrobras, apenas nos últimos sete ele teve contatos e envolvimento com políticos, o que fez com que ele fosse nomeado diretor.
— Não se chega à diretoria da Petrobras sem apoio político. Tive a infelicidade de aceitar apoio político para chegar lá e me arrependo.
Origem da propina
Costa disse à CPI que a propina paga por empresas a diretores, operadores e partidos políticos saía da margem de lucro das contratadas.
Segundo ele, as empresas embutiam um adicional que podia chegar a 3% a mais na sua margem de lucro para o pagamento de propina.
Ele explicou isso ao responder pergunta do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que o questionou a respeito de variações em seus depoimentos sobre a origem da propina: se saía da margem de lucro ou se era derivada de sobrepreço nas licitações.
— Se a empresa achava que, para ela, era confortável ganhar 12%, ela acrescentava 3% de propina dentro da margem de lucro.
Costa atribuiu o sucesso do esquema à formação de cartel pelas empresas contratadas.
— Se não tivesse a formação de cartel, [o sobrepreço] não existiria.
Ele negou que as propinas fossem fruto de “achaque” por parte dos diretores da Petrobras, como afirma a defesa das empresas acusadas.