O Brasil é um país com um volume casa vez maior de idosos e com expectativa de vida aumentando. São cerca de 29,6 milhões de idosos acima de 60 anos, segundo o IBGE, e expectativa de vida está 75,8 anos. No entanto, mesmo sendo uma parte significativa da sociedade, os idosos ainda são vítimas de maus tratos e desrespeito.
Uma faixa que foi colocada em uma via pública de Curitiba aconselha que, para "desfrutar" as festas natalinas, as famílias deixassem os idosos em uma casa de repouso.
A propaganda teve uma repercussão negativa nas redes sociais e gerou muitas críticas. Procurada pelo R7, a dona da casa de repouso cujo nome e telefone está escrito na faixa afirmou que a instituição não é a responsável pela propaganda.
A empresária Adriana Goes Gregório, dona da casa que fica no bairro de Xaxim, disse que a faixa é de mau gosto. "A casa de repouso existe há sete anos e não fazemos propaganda com faixa na rua ou qualquer outro tipo de divulgação. Nossos clientes são por indicação. Temos 18 idosos que vivem na casa e oferecemos um serviço de hotel-dia, com atividades e acompanhamento de idosos, mas nada do que diz ali na faixa condiz com o nosso trabalho ou a nossa filosofia. Aquilo é um desrespeito com o idoso. Não saiu daqui de dentro isso", disse.
Segundo a dona da casa de repouso, foi feito um boletim de ocorrência na polícia para tentar descobrir quem fez a faixa e onde ela foi colocada. "Não sei nem em que rua está. Disseram que a gente retirou a faixa depois da repercussão negativa, mas é mentira. Não colocamos e nem tiramos. Quero saber quem é que fez isso e usou indevidamente o nosso nome. Causou um desconforto e um tristeza muito grande entre os nossos funcionários e os idosos que vivem aqui. A nossa realidade é de atenção, cuidado e carinho. O idoso não é um objeto para ser dispensado ou colocado de lado", disse.
Adriana disse também que a casa tem entre 15 e 18 funcionários, trabalha em parceria com hospitais e entidades de apoio aos idosos e tem todas as licenças e vistorias aprovadas para o funcionamento.
A promotoria de Defesa do Idoso de Curitiba abriu uma processo administrativo para investigar o caso. A faixa tem três números de telefones. O número fixo bate com o telefone da casa de repouso, outro é o celular do capelão que atende na casa e o terceiro é um número desconhecido. "Temos ligar neste número, mas ninguém atende", disse Adriana Goes. "A única propaganda que fizemos foi uma panfletagem há sete anos quando inauguramos a casa".