Impeachment: Senado volta a ouvir testemunhas nesta sexta
Julgamento que pode tirar definitivamente Dilma do cargo deve terminar na semana que vem
Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo e Agência Senado
Após um primeiro dia tumultuado, a sessão de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff será retomada pelo Senado nesta sexta-feira (26). A intenção é que sejam ouvidas as primeiras testemunhas de defesa.
Nesta quinta-feira (25), os senadores do PT conseguiram burlar uma norma do presidente do processo de impeachment, Ricardo Lewandowski, e usaram o tempo de fala no depoimento do procurador junto ao Tribunal de Contas da União Júlio Marcelo de Oliveira, que seria a primeira testemunha de acusação, para fazer pronunciamentos, sem interrogá-lo.
Oliveira foi declarado suspeito e passou a prestar depoimento apenas como informante. Com isso, os petistas não só aproveitaram o tempo para fazer discurso, como também garantiram a última palavra, sem dar oportunidade de tréplica para o informante.
O objetivo dos aliados de Dilma era prolongar ao máximo o julgamento. A oitiva de Oliveira, que teve início às 14h10, só terminou depois mais de sete horas depois, por volta das 21h30.
Em seguida, começou a ser ouvida a segunda e última testemunha de acusação, Antônio Carlos Costa D'Ávila Carvalho, auditor fiscal de controle externo do TCU.
Sessão suspensa
Pela manhã, a sessão foi suspensa por alguns minutos antes mesmo de as testemunhas começarem a ser ouvidas.Sem os microfones abertos, os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) trocaram insultos, sendo que Caiado sugeriu que Lindbergh fosse submetido a um exame ‘anti-doping’.
Os dois senadores já protagonizaram discussões semelhantes em outras votações importantes no Plenário.
O julgamento final de Dilma está previsto para terminar até quarta-feira (31).
Abertura
Lewandowski abriu o julgamento final do impeachment dizendo que os senadores tinham o dever de tentar tomar uma decisão imparcial em relação ao afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff.
— Os senadores transmutam-se em juízes, e, em consequência disso, devem deixar de lado, o tanto o quanto possível, afinal são seres humanos, posições ideológicas, partidárias e pessoais.
Lewandowski lembrou que, apesar de ser o responsável por conduzir as sessões do julgamento, não atuará como um magistrado, apenas terá o dever de garantir a ordem do processo.