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Itaipu: técnicos paraguaios discutem novo acordo com o Brasil

Mensagens reveladas indicam que presidente paraguaio cedeu à pressão brasileira por acordo que aumentava custo da energia

Brasil|da Agência Brasil

Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez apertam as mãos em Itaipu
Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez apertam as mãos em Itaipu Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez apertam as mãos em Itaipu

Técnicos da Administração Nacional de Eletricidade (Ande) e representantes paraguaios da Itaipu Binancional se reuniram na terça-feira (6), no Paraguai, para discutir pontos que, posteriormente, negociarão com os representantes brasileiros para estabelecer um novo acordo para contratação de energia elétrica.

Leia mais: Entenda a crise envolvendo Itaipu e o governo Bolsonaro

“A primeira reunião técnica aconteceu nesta terça. Está prevista a constituição de uma mesa de trabalho permanente para avaliar as várias propostas com vistas às próximas tratativas entre representantes paraguaios e da Eletrobras, do Brasil”, informa nota divulgada hoje (7), pela presidência paraguaia.

Na nota, o novo diretor-técnico interino da parte do Paraguai na administração da Itaipu Binacional, Luis Gilberto Valdez, diz que, embora não haja prazos para a assinatura de um novo acordo, o assunto está sendo tratado com o máximo de atenção.

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“Daqui em diante, o processo deverá continuar no âmbito da Comissão de Estudos de Critérios de Contabilização dos Suprimentos Elétricos (CECOI) e do Comitê de Administração e Operação dos Contratos de Compra e Venda dos Serviços de Eletricidade (Cadop), que deverão convocar novas reuniões nos próximos dias”, diz Valdez, que substituiu José Sánchez Tillería, que renunciou ao cargo na última sexta-feira (2).

A divulgação das condições do primeiro acordo, assinado no dia 24 de maio, gerou uma crise política no país vizinho. De acordo com autoridades e congressistas paraguaias, a primeira negociação prejudicava o Paraguai, podendo causar um prejuízo de até US$ 300 milhões.

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Ontem deputados dos partidos de oposição Liberal Radical Autêntico (PLRA) e Encuentro Nacional (PEN) e do movimento Hagamos protocolaram um pedido de impeachment do presidente Mario Abdo Benítez; do vice-presidente Hugo Velázques e do ministro da Fazenda, Benigno López. Antes mesmo desse fato, manifestações populares de apoio à destituição de Abdo já vinham acontecendo na capital, Assunção, e em outras cidades paraguaias.

Os protestos ganharam força após o jornal ABC Color divulgar mensagens atribuídas ao presidente paraguaio. De acordo com o jornal, o material obtido indica que o presidente paraguaio tinha conhecimento do teor do acordo que estava sendo negociado.

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Ontem, Abdo Benítez afirmou a jornalistas paraguaios que agiu de boa-fé e que as decisões pautaram-se por recomendações técnicas. O mandatário paraguaio assegurou que determinou o cancelamento do acordo tão logo ficou claro o potencial prejuízo que seu país poderia sofrer devido à “ambiguidades” da negociação.

“Quando vi que a redação das atas era ambígua, me envolvi no debate técnico – o que não é minha função. Então eu disse que, de fato, havia um problema e argumentos [contrários à assinatura do acordo]. E que cancelaríamos as atas do acordo”, contou Abdo Benítez. “Os responsáveis já não estão mais em seus cargos, assumiram a culpa. O presidente assumiu a liderança e esta é a realidade atual”, acrescentou o mandatário, amenizando a dimensão da crise política.

Acordo cancelado

No último dia 29, o Congresso paraguaio aprovou um projeto para anular os termos da ata. O texto diz que o governo deve encarar toda negociação "com o Brasil sobre Itaipu na base da transparência, em particular da plena soberania hidrelétrica". Três dias depois, os governos dos dois países decidiram cancelar a ata do acordo e voltar a negociar a contratação da energia de Itaipu.

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