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Machado revela propina de R$ 1 milhão para Aécio em 2000

Então líder do PSDB no Senado, delator revelou que partido montou caixa 2 em 1998 e 2000

Brasil|

Aécio (foto), Machado e Teotônio Vilela, todos do PSDB em 1998, decidiram pagar cerca de 50 deputados para garantir a eleição de Aécio à Presidência da Câmara em 2000
Aécio (foto), Machado e Teotônio Vilela, todos do PSDB em 1998, decidiram pagar cerca de 50 deputados para garantir a eleição de Aécio à Presidência da Câmara em 2000 Aécio (foto), Machado e Teotônio Vilela, todos do PSDB em 1998, decidiram pagar cerca de 50 deputados para garantir a eleição de Aécio à Presidência da Câmara em 2000

Em sua delação premiada, o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado revelou a existência de um grande esquema de corrupção quando ele ainda era líder do PSDB no Senado, em 1998, para eleger o hoje presidente da sigla Aécio Neves à presidência da Câmara em 2000. Ele ainda revelou que foi estruturada uma ampla base de apoio para o governo Fernando Henrique Cardoso no Congresso. O próprio Aécio, de acordo com Machado, teria recebido na época R$ 1 milhão em dinheiro vivo.

Segundo o delator, ele, o então senador Teotônio Vilela e o então deputado Aécio traçaram um plano em 1998 para "ajudar financeiramente" 50 deputados a se elegerem naquele ano para garantir o apoio à eleição de Aécio para a presidência da Câmara, em 2000.

O dinheiro teria sido captado por meio de propinas de empresas e de recursos ilícitos da campanha de Fernando Henrique Cardoso à reeleição

"Decidiram (os três no encontro) que iriam dar entre R$ 100 mil e R$ 300 mil a cada candidato", relata Machado, que diz ter recebido propinas de empresas doadoras de campanhas tucanas, e também ter procurado o então ministro das Comunicações e coordenador da campanha de FHC, Luis Carlos Mendonça de Barros, para captar recursos ilícitos.

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"Que eles (campanha de FHC) nos garantiram que parte desses recursos ilícitos, à época cerca de R$ 4 milhões, viriam da campanha nacional através do então ministro das Comunicações Luis Carlos Mendonça de Barros", afirma Machado, segundo o qual parte do dinheiro ilícito vinha "do exterior", sem dar mais detalhes de como era operacionalizado e qual a origem dele.

E a delação continua:

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"Que esses recursos ilícitos nos foram entregues em várias parcelas em espécie, por pessoas indicadas por ele (Luis Carlos Mendonça de Barros). Que a maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões arrecadados à época foi destinada ao então deputado federal Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro".

Machado diz que o tucano recebia estes recursos de um amigo de Brasília "que o ajudava nessa logística" e afirmou apenas que a pessoa era um jovem moreno que "andava sempre com roupas casuais e uma mochila".

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Além do esquema montado por Mendonça Barros, Machado citou também o caixa dois da Camargo Corrêa para campanhas tucanas no período e admitiu que chegou a receber na época R$ 350 mil em dinheiro vivo da empreiteira. Todo o esforço do esquema ilícito, que também teria financiado as campanhas municipais do PSDB em 2000, segundo o delator, permitiu ao PSDB eleger a segunda maior bancada da Câmara.

"Que a partir dessa articulação e captações feitas em 1998 e 2000 na eleição para prefeito, o PSDB conseguiu eleger 99 deputados", segue Machado.

Segundo ele, porém, o então presidente Fernando Henrique Cardoso era contra a articulação para que Aécio se elegesse presidente da Câmara, pois temia na época um racha de sua base.

Apesar disso, Aécio acabou sendo eleito presidente da Casa.

A reportagem entrou em contato com as assessorias de Aécio e de Fernando Henrique Cardoso, mas ainda não obteve retorno.

Já o PSDB divulgou uma nota repudiando as acusações. A legenda afirmou que as denúncias de Machado são falsas. "Delações premiadas são uma conquista da sociedade e não podem se transformar em acusações sem provas, em instrumento de manipulação da verdade e em esconderijo de interesses inconfessáveis de criminosos."

"As mentiras ditas e que fazem referência a nomes do PSDB na articulação e recebimento de recursos de caixa 2, na campanha eleitoral de 1998, são afirmações feitas no desespero de quem está tentando se livrar da responsabilidade pelos crimes que cometeu. São afirmações descabidas e contraditórias, que não guardam qualquer relação com os fatos políticos da época", diz o texto.

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