Preocupada com a atuação do "blocão" no Congresso, a presidente Dilma Rousseff pediu ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tente esvaziar o grupo, atraindo novamente seus integrantes para o palanque governista. Dilma quer saber, na prática, até que ponto a rebelião comandada pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), tem o apoio dos demais partidos da coalizão.
Mercadante iniciou a operação antes do Carnaval, dias após a criação do "blocão", grupo formado por sete partidos da base aliada e um da oposição (Solidariedade) para criar dificuldades em votações de interesse do governo no Congresso.
Ele tem chamado a seu gabinete ministros e parlamentares de partidos da base para pedir que saiam do grupo.
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Na noite desta segunda-feira (10), o chefe da Casa Civil conversou com o ministro dos Transportes, César Borges, que é filiado ao PR, com os senadores Alfredo Nascimento (AM) e Antônio Carlos Rodrigues (SP), e com o líder do partido na Câmara, Bernardo Santana (MG). Mercadante pediu aos parlamentares que não apoiem o projeto da oposição sobre uma comissão externa para acompanhar as investigações, na Holanda, de um esquema de pagamento de subornos a empresas, no qual a Petrobras é mencionada.
O ministro, porém, não obteve sucesso na empreitada. Santana se queixou com Mercadante do que chamou de "mau tratamento" por parte do governo e avisou que a bancada quer continuar no coalizão. Na definição do PR, o "blocão" não é de oposição, mas quer discutir os "rumos" do governo.