O ministro da Defesa, Raul Jungmann, explicou nesta terça-feira (17) como será a atuação das Forças Armadas dentro dos presídios, anunciada mais cedo pelo governo Temer. Ele esclareceu que não haverá contato direto entre presos e militares.
— As Forças Armadas não vão lidar com presos. Não haverá interação. Nem no momento da varredura em todas as instalações, inclusive administrativas [passarão por varredura]. Os presos vão passar por scanners, raios-x e vai haver bloqueios prévios de celulares da comunicação. E não prevejo incidentes de maior gravidade. Precisamos usar a força do Estado para que essa espiral de violência venha a ser contida.
Com massacres e rebeliões, Brasil soma 131 mortes de presos em 17 dias
A atuação dos militares em presídios nos Estados será detalhada nesta quarta-feira (18) em coletiva do ministro da Defesa. Mas ele já esclareceu alguns pontos, como o fato de as varreduras serem 'surpresa'.
— Em todos os presídios que os governadores julgarem que são importantes e sensíveis as Forças Armadas farão, de surpresa, essas varreduras. Entre o intervalo de uma e de outra varredura a responsabilidade ficará obviamente com os agentes penitenciários e com as forças de segurança dos Estados.
Para o ministro, a atuação se justifica para frear a onda de violência nos presídios brasileiros.
— Os presídios hoje são autênticos escritórios de trabalho do crime organizado que se nacionalizou que vem saindo da esfera da segurança pública a um desafio das instituições.
A ajuda militar aos Estados será possível através de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem), instrumento previsto na Consituição brasileira que já prevê que nas GLOs o comando fique nas mãos das Forças Armadas.
— Em toda a GLO o comando fica nas mãos das Forçar Armadas, mas contaremos com demais polícias e agentes penitenciárias Por parte das Forças Armadas poderão participar fuzileiros e paraquedistas, infantaria, qualquer um dos 350 mil militares em atividade.