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Moro rebate acusação de 'ativismo' feita por ex-premiê português

Ministro da Justiça e Segurança Pública afirmou em entrevista exclusiva para a Record TV Europa que "não debate com criminosos"

Brasil|Cesar Sacheto, do R7

Sérgio Moro participou de evento do Poder Judiciário, em Lisboa
Sérgio Moro participou de evento do Poder Judiciário, em Lisboa Sérgio Moro participou de evento do Poder Judiciário, em Lisboa

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou em entrevista exclusiva para a Record TV Europa que "não debate com criminosos", ao ser questionado sobre acusações feitas pelo ex-premier de Portugal, José Sócrates, que chamou o brasileiro de "ativista político disfarçado de juiz" em nota enviada à Agência Lusa.

Antes da entrevista, Moro já havia minimizado a acusação durante uma palestra em um evento jurídico em Lisboa. A crítica seria uma resposta à declaração anterior do ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato sobre um processo judicial contra Sócrates.

Na palestra, sem mencionar a crítica recebida, Moro frisou a dificuldade em analisar questões judiciais de outros países à distância, mas elogiou os eforços do governo português no caso que envolve o ex-primeiro-ministro do país.

"Todo país do mundo tem uma dificuldade nesses crimes de grande corrupção porque envolvem pessoas poderosas, e o apareto judicial foi construído para outro tipo de crime", disse o ministro.

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"O que observo, à distância, em relação a esse caso do ex-ministro português, é um trabalho que tem sido feito com esforços consideráveis para a apuração de provas e processar [o acusado]." Durante o evento, Moro também se encontrou com o presidente da Record TV, Luiz Cláudio Costa.

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O ministro aproveitou o tema para ressaltar os avanços obtidos pela Justiça brasileira na última década, especialmente após os processos do Mensalão e da Operação Lava Jato.

"O que tínhamos no Brasil, principalmente antes do caso Mensalão e do caso Lava Jato, era que esses grandes casos de corrupção, muitas vezes com provas extremamente robustas, nunca tinham as consequências extraídas pela Justiça. E isso mudou relativamenteo no Brasil, nos últimos cinco ou seis anos", enfatizou Moro. "Não que a situação esteja ideal, mas hoje se vê pessoas que cometeram esses crimes e que ocupavam elevadas posições na administração pública ou no Parlamento condenadas e cumprindo pena. Então, foi um avanço institucional brasileiro."

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Delações premiadas

O ministro da Justiça e Segurança Pública também defendeu as condenações de políticos e empresários na Operação Lava Jato em processos embasados por colaborações premiadas, minimizando o risco de um delator mentir nos depoimentos. Moro afirmou que todas as denúncias foram apuradas e robustecidas por provas técnicas.

"Sempre tem um risco de mentir. A regra número um é 'nunca confie num criminoso'. Tudo o que ele diz, mesmo na colaboração, precisa ter apoio em provas independentes. Foi observado no Brasil. Todos os casos julgados tinham apoio em provas independentes", disse.

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Para exemplificar a solidez dos processos julgados pela Lava Jato, operação chefiada por ele até a saída para compor o quadro de ministros do governo de Jair Bolsonaro, Moro citou a condenação em primeira e segunda instância do ex-presidente Lula, acusado de receber um apartamento triplex no Guarujá como parte de propina da empreiteira Odebrecht.

"Ele foi condenado e a sentença confirmada em apelação. Depois, a prisão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. Existe todo um quadro probatório para aquela condenação criminal", disse o ministro.

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Lei anticrime

Sérgio Moro também refutou críticas feitas sobre pontos da Lei Anticrime, elaborada pelo ministro e que tramita no Congresso Nacional. 

"Acho que o projeto de Lei Anticrime é uma sinalização importante de como o governo se posiciona. As eleições revelaram uma insatisfação muito grande da população brasileira com a corrupção, a impunidade da grande corrupção, a criminalidade violenta e a criminalidade organizada", disse. "Um projeto de lei sólido que pretende enfrentar essas questões. É importante. As medidas têm um valor intrínseco."

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