Toda terça-feira, voluntários do programa social “Anges delà Nuit” (Anjos da Noite, em francês) saem às ruas de cidades da Bélgica para levar alimento, roupas e cobertores para a população em situação de rua, formada, em sua maioria, por imigrantes ilegais e refugiados.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a pandemia da covid-19 reduziu o número de migrações em 30% em todo o mundo. Por outro lado, a crise aumentou a vulnerabilidade das pessoas que fogem de países em guerra, de perseguições religiosas ou étnicas, ou mesmo da miséria. Estimativas da Comissão Europeia de integração e asilo apontam que há mais de 150 mil imigrantes em situação irregular na Bélgica.
Além da alimentação e do agasalho, os “Anges delà Nuit” também oferecem apoio social às pessoas em situação de rua de Bruxelas, Ghent, Antuérpia, Liège, Aalst, Charleroi e de outras cidades belgas.
William da Silva, responsável pelo o programa social no país, explica que os imigrantes chegam à Bélgica em busca de trabalho, mas como não encontram, ficam desabrigados.
"Depois de passar dias e até meses viajando, chegam à Europa sem falar o idioma local, esperando encontrar uma porta aberta. Alguns permanecem dias pelas ruas, aguardando para dar entrada no país como refugiado”, relata.
Um desses imigrantes é Edos, que saiu de Gana em busca de uma vida melhor. “Por falta de trabalho, estou há 8 meses morando na rua. Tenho sobrevivido de doações. Agradeço pela ajuda que recebi”.
O programa social “Anges delà Nuit” é o braço belga dos “Anjos da Madrugada”, mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus em 44 países. Apenas em 2020, foram beneficiadas 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo.
Durante a noite, voluntários circulam em pontos de concentração de moradores de rua para levar alimento, roupas e cobertores às pessoas nessa situação. São realizados, também, atendimentos jurídicos e de saúde.