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PT e movimentos sociais já discutem como agir na oposição

MST, MTST e Central de Movimentos Populares traçam discurso para possível governo Temer

Brasil|

Eventual impeachment de Dilma Rousseff deverá levar movimentos sociais às ruas
Eventual impeachment de Dilma Rousseff deverá levar movimentos sociais às ruas Eventual impeachment de Dilma Rousseff deverá levar movimentos sociais às ruas

O PT e os movimentos sociais e sindicais contrários ao impeachment não admitem publicamente que o afastamento da presidente Dilma Rousseff é cada dia mais provável, mas já apontam o discurso para um possível governo Michel Temer (PMDB).

Raimundo Bonfim, da CMP (Central de Movimentos Populares), avisa que “vai ser pior do que foi o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002)".

— O povo não vai aceitar retrocesso em direitos conquistados, como propõe o programa do PMDB.

Um dos pontos do discurso anti-Temer é o programa Uma Ponte para o Futuro, apresentado pelo PMDB no ano passado, que propõe desvinculação de receitas orçamentárias da educação e saúde, mudanças na Previdência Social, entre outras medidas que desagradam a base petista.

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O presidente do PT, Rui Falcão, disse na quinta-feira, que uma eventual gestão Temer não trará de volta a estabilidade política.

— Eles [movimentos sociais] vão à rua dizendo que não haverá estabilidade com o impeachment, estabilidade se faz com paz, com a possibilidade de o povo se organizar livremente e poder chegar às eleições de 2018 que é a data legítima para quem quer assumir o poder.

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Líderes de movimentos que defendem a manutenção de Dilma, como o MST (Movimento dos Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e CMP, também afirmaram nos últimos dias que vão para as ruas caso o peemedebista assuma o governo.

Guilherme Boulos, do MTST, deixou claro, também na quinta-feira, que “vai ter resistência” nas ruas caso o impeachment seja aprovado. Gilmar Mauro, do MST, afirmou na sexta-feira passada que Temer “não terá um dia se sossego” se assumir a Presidência da República.

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Na quinta-feira passada, a própria Dilma disse a correspondentes estrangeiros que o impeachment deixaria “cicatrizes” na democracia.

Além disso, os aliados de Dilma apostam na continuidade das investigações da Operação Lava Jato contra líderes importantes do PMDB, no processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer que corre no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na continuidade da crise econômica e nas divisões internas da oposição como fatores de desestabilização de um possível governo encabeçado pelo vice-presidente.

Por enquanto, o discurso de desestabilização de um eventual governo Temer é mais uma peça no discurso de defesa petista. Nem o PT nem os movimentos contrários ao impeachment admitem publicamente que estejam traçando cenários diante da possibilidade de afastamento da presidente mas os acontecimentos dos últimos dias, em especial o anúncio de que o PMDB do Rio de Janeiro vai desembarcar do governo, provocaram desânimo entre os defensores de Dilma. Em conversas reservadas líderes petistas admitem que o impeachment é hoje o desfecho mais provável para a crise política.

Por outro lado, os movimentos que arrastaram multidões às ruas no dia 13 de março contra o PT admitem um arrefecimento das manifestações.

Carla Zambelli, do movimento Nas Ruas, diz que não sabe "se a gente consegue viabilizar um grande protesto".

— Não é uma questão dos movimentos, é do brasileiro. A gente não sabe se o brasileiro vai se interessar por uma pauta contra o PMDB pós-impeachment.

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