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Redução da maioridade seria "catastrófica" para o sistema prisional, diz Cardozo

Ministro da Justiça também afirmou que medida não vai diminuir a criminalidade a longo prazo

Brasil|Da Agência Brasil

Cardozo se reuniu com ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, sobre as consequências da aprovação da PEC
Cardozo se reuniu com ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, sobre as consequências da aprovação da PEC Cardozo se reuniu com ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, sobre as consequências da aprovação da PEC

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou hoje (30) que a aprovação da PEC 171, que reduz de 18 anos para 16 anos a maioridade penal para casos de crimes hediondo, pode gerar efeitos "catastróficos" para o sistema prisional brasileiro.

Cardoso participou, no Palácio da Justiça, de reunião com o ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas, e parlamentares aliados. Eles discutiram possíveis consequências da aprovação da PEC.

— O sistema penal tem hoje um déficit superior a mais de 220 mil vagas. Alguns presídios têm taxa de ocupação de até 160%. Além disso, temos registros de 400 mil mandados de prisão. Ao contrário do que se fala, a criminalidade também não vai diminuir a longo prazo e apenas vai gerar mais sensação de insegurança na sociedade.

Câmara deve começar a votar hoje redução da maioridade

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Cardozo informou ter levado aos parlamentares dados importantes para que a discussão do tema não assuma tom passional. Para o ministro, isso poderia acarretar soluções que não alcancem de fato o problema da criminalidade entre adolescentes e os coloquem em situação de mais risco.

— A solução não é essa. A redução [da maioridade] trará efeito contrário ao esperado pela opinião pública. Na prisão, o jovem será mais facilmente cooptado pelo crime organizado, no qual ficará ligado ao sair. Ela trará no futuro ainda mais insegurança.

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Manifestantes ocupam gramado do Congresso para protestar contra e a favor da proposta

A PEC 171 deve ser votada, em primeiro turno, hoje à tarde na Câmara dos Deputados. Ela altera a idade para imputar criminalmente adolescentes de 16 anos em crimes considerados hediondos, entre eles homicídio, estupro e roubo seguido de morte. De acordo com texto aprovado em comissão especial da Casa, a prisão sem distinção de idade poderá ocorrer pela prática de crimes de lesão corporal grave ou lesão corporal seguida de morte e roubo agravado.

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Relator descarta qualquer concessão para aprovar PEC da Maioridade Penal

Movimentos sociais contrários à aprovação da medida acampam desde ontem (29) no gramado em frente ao Congresso. Com a expectativa de que a votação seja tumultuada, o presidente da Câmara distribuirá senhas para os partidos horas antes da sessão.

Relator da matéria, o deputado Laerte Bessa (PR-DF) não acredita que a presença de manifestantes possa sensibilizar alguns parlamentares durante a sessão. A expectativa de Bessa é que a matéria consiga os 308 votos necessários para que seja enviada à análise do Senado Federal.

— [A presença dos manifestantes] pode atrapalhar o andamento, mas não tenho medo de mudança de posição dos parlamentares.

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