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Saiba o que cada estado do NE está fazendo com óleo recolhido 

Armazenamento e descarte apropriado do material coletado é essencial para que não haja contaminação secundária

Brasil|Pietro Otsuka*, do R7

Foram recolhidos mais de quatro mil toneladas de óleo no Nordeste
Foram recolhidos mais de quatro mil toneladas de óleo no Nordeste

Por mais de dois meses o Nordeste vem sendo atingido por manchas de petróleo cru que ameaçam a vida e biodiversidade marinha dos nove estados que compõem a região. Ao todo, são 409 locais atingidos em 110 municípios diferentes. Entre as diversas preocupações que uma tragédia dessa magnitude causa, o descarte apropriado das mais de quatro mil toneladas de material recolhido nas praias tem destaque especial.

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De acordo com o guia público de boas práticas para limpeza de locais contaminados por substâncias perigosas, da ITOPF (sigla em inglês da Federação Internacional de Poluição por Petroleiros), os resíduos coletados devem ser armazenados em sacolas ou tonéis resistentes, para que não haja contaminação secundária ainda na praia ou no transporte.

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“A recomendação é que se use sacolas de borracha, podem até ser reutilizadas sacolas de fertilizantes. E que depois elas sejam colocadas em cima de mantas de plástico para não contaminar a areia ou o local de armazenamento”, comenta Francisco Oliveira, engenheiro civil e mestre em mecânica dos solos, fundações e geotecnia.

O engenheiro explica que, além do armazenamento adequado do óleo recolhido, o descarte apropriado do material é também imprescindível. “Encontrar logo a origem, evitar a repetição da contaminação, limpar e destinar corretamente esses resíduos são ações que podem decidir como será a vida de milhões de brasileiros, talvez, de todos nós”, completa Oliveira.


Entenda o que cada estado do Nordeste está fazendo com o óleo recolhido

Pernambuco


Em Pernambuco, segundo a secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, o óleo recolhido está sendo encaminhado para o Ecoparque, um centro de tratamento de resíduos classe 1 – resíduos perigosos, que podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente. Lá, o material é transformado em combustível.

Bahia

De acordo com o Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), o óleo recolhido é encaminhado para um local apropriado de descarte que, na verdade, se trata de um galpão coberto, onde a substância fica armazenada em tonéis e sacolas. Além disso, pesquisadores do Instituto de Química da UFBA (Universidade Federal da Bahia) estão transformando o petróleo cru em carvão. Num processo que, para cada 20 quilos de petróleo cru, utiliza 200 ml de removedor de esmalte, álcool comercial 99% e dois quilos de pó de serragem.

Maranhão

De acordo com informações divulgadas no canal de notícias do governo do estado do Maranhão, os resíduos de óleo coletados nas praias são encaminhados para uma empresa privada parceira, que possui aterro sanitário licenciado para receber este tipo de produto. Segundo o secretário de Meio Ambiente do estado, Rafael Ribeiro, a empresa “tem condições de oferecer, a partir da classificação Classe I (Tóxico perigoso), um destino adequado aos resíduos”. O secretário lembrou ainda que a coleta é feita em sacos adequados, para evitar o contato direto e assim, qualquer dano à saúde.

Manchas atingem litoral nordestino desde o final de agosto
Manchas atingem litoral nordestino desde o final de agosto

Piauí

Segundo assessoria da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado do Piauí, a quantidade de óleo recolhida nas praias é muito menor do que em outros estados do Nordeste. Apesar disso, o material coletado está sendo acondicionado em tonéis com piso impermeável. No entanto, ainda não foi decidido o que fazer com o óleo recolhido num segundo momento.

Sergipe

Segundo a Ademas (Administração Estadual do Meio Ambiente) de Sergipe, já foram recolhidas 1.210 toneladas de óleo nas praias do estado. De acordo com o órgão, a retirada do material está sendo feita por uma empresa terceirizada da Petrobras. Após a retirada, a Ademas, em conjunto com a Prefeitura de Aracaju e outros órgãos ambientais, faz a varredura das substâncias coletadas. No entanto, é a Petrobras a responsável pelo descarte do óleo. O material está sendo encaminhado para o centro de tratamento de resíduos do Alto do Jericó, localizado na cidade de Carmópolis, interior do Sergipe.

Rio Grande do Norte

No Rio Grande do Norte, as prefeituras de cada cidade atingida, em conjunto com a Marinha brasileira, são as responsáveis pela coleta do óleo. O volume de material recolhido é substancialmente menor do que em outros estados. Até agora, foram cerca de 30 toneladas de óleo recolhidas das praias potiguares.

Segundo o Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente), o material está sendo encaminhado para galpões isolados, onde é acondicionado em tonéis e sacolas especiais para o compartimento de substâncias perigosas. Cada prefeitura é responsável pela coleta e armazenamento do óleo recolhido nas praias de seus respectivos municípios.

Alagoas

Em Alagoas, 2.212 toneladas de material foram recolhidas nas praias do estado, entre óleo, areia e sargaço (tipo de alga) contaminados. Os resíduos estão sendo encaminhados à CTR (Central de Tratamento de Resíduos), localizada na cidade de Pilar, interior do estado.

Paraíba

Na Paraíba não foi recolhido óleo em grande quantidade. Apenas pequenas manchas apareceram no início do mês de setembro e no final da semana passada.

Ao todo, foram cinco quilos foram removidos, segundo a Secretaria de Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente do estado. O trabalho de monitoramento continua sendo feito pelos órgãos nas praias e no mar.

Ceará

De acordo com a secretaria do Meio Ambiente do Ceará, os resíduos do óleo coletados estão sendo encaminhados para a fábrica de cimento Apodi, localizada no município de Quixerá. O material está sendo usado em fornos de cimento para o aproveitamento da energia contida no produto, num processo chamado de coprocessamento. Cabe a Semacem (Superintendência Estadual do Meio Ambiente), órgão vinculado à secretaria do Meio Ambiente, transportar o material para a indústria de cimento.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas

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