Muito conhecido no Rio Grande do Sul, onde foi apresentador de televisão por trinta anos, o senador Lasier Martins (PDT-RS) ficou famoso nacionalmente em função de um choque que tomou durante uma entrada ao vivo na Festa da Uva, em 1996.
Vinte anos depois do incidente, Martins, agora no Senado, se prepara para a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Apesar de seu partido ter se posicionado contra o impedimento, Martins é favorável ao impeachment. Ele justifica que representa o eleitorado gaúcho, que apoia o impedimento.
— Cerca de 75% dos gaúchos são favoráveis ao impeachment, e a maior parte do meu partido, o PDT, que é o maior partido do Rio Grande do Sul, com mais filiados. Todas as manifestações que recebo são a favor, então vou votar serenamente pelo impeachment.
Martins lamentou não ter sido eleito membro da Comissão do Impeachment no Senado, apesar de ter acompanhado toda a discussão.
— Sou do bloco do governo, lastimavelmente, mas sou contra o governo, então não pude entrar na comissão. Entrou o Telmário Mota (RR), que é o único senador do PDT que irá votar contra o impeachment.
No início da legislatura, o PDT tinha seis senadores. Três deixaram recentemente o partido, descontentes com o posicionamento da legenda: Cristovam Buarque (DF), Zezé Perrella (MG) e Antônio Reguffe (DF). Dos três que ficaram, além de Martins, o senador Acir Gurcacz (RO) declarou que irá votar pelo impeachment.
— Estamos na reta final e me parece que os 41 votos de quarta-feira (11) passaremos fácil. Chegaremos aos 54, ou até mais. Pelos meus cálculos 58 votos.
Choque da Uva
O vídeo (abaixo) em que o senador Lasier Martins (PDT-RS) aparece caindo no chão após tomar um choque ao vivo na televisão só era conhecido pelos gaúchos. Até ser publicado no YouTube em 2006. Rapidamente, a cena chegou aos milhões de visualizações. Hoje acumula 4,5 milhões de ‘views’ em apenas uma das reproduções no YouTube.
A fama na internet não agrada ao senador. Martins não gosta de lembrar do assunto e explica que o fato de ter sido eleito com votação expressiva nada tem relação com o episódio.
— Durante 22 anos as pesquisas de opinião me mostravam como o apresentador número um do meu Estado. Eu devo a minha eleição ao posicionamento que sempre tomei diante dos acontecimentos diários da economia e da política. O choque não tem nenhuma relação com isso.
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}O incidente foi traumático. O senador fraturou uma costela, ficou desacordado e encara o episódio como um lamentável acidente de trabalho.
— Choque é uma bobagem que aconteceu há muito tempo que me causou sofrimento porque eu quebrei uma costela, caí estatelado, fiquei desacordado. Acho que aos poucos as pessoas estão esquecendo. Pra mim foi um episódio lamentável, um acidente de trabalho.
Martins reconhece que a ‘viralização’ do seu acidente de trabalhou contribuiu para que ele ficasse conhecido fora do seu Estado.
— Houve de fato [reconhecimento nacional], nunca me importei, foi engraçado o que aconteceu com um apresentador ao vivo na maior festa do Rio Grande do Sul, a Festa da Uva. Na hora em que fui demostrar quais são uvas viníferas aquela vitrine onde estavam os cachos mais viníferos estava fechada com um vidro. Pedimos para abrir o vidro, mas ninguém explicou por que o vidro estava fechado. Porque a vitrine estava eletrificada. Apontei algumas uvas, quando toquei em uma delas levei um baita choque, me estatelei, perdi os sentidos. Até nem lembrava mais.