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Suspeito de abusos sexuais, João de Deus passa 1ª noite na prisão em GO

Médium está em cela isolada e individual no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia. Defesa negociou benefícios

Brasil|Giuliana Saringer, do R7*

João de Deus é acusado de abuso sexual
João de Deus é acusado de abuso sexual João de Deus é acusado de abuso sexual

O médium João de Deus passou a primeira noite na cadeia na região metropolitana de Goiânia (GO), de domingo (16) para segunda-feira (17). Suspeito de abusos sexuais durante os atendimentos, João de Deus se entregou para a polícia ontem à tarde, mais de 24 horas após ter sua prisão decretada pela Justiça do Estado. 

A expectativa era de que João de Deus passasse a noite em uma cela individual e isolado dos demais detentos, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, denominado Núcleo de Custódia.

O tratamento especial fazia parte de negociação entre as autoridades e os advogados do médium, que usaram a idade e o estado de saúde de João de Deus como argumentos — o suspeito já passou por um câncer de estômago.

Paralelamente, os advogados Alberto Toron e Ronivan Peixoto Morais Júnior preparam para esta segunda-feira (17) um pedido de habeas corpus, na tentativa de que João de Deus possa cumprir prisão em casa.

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Segundo a Polícia Civil, o médium se entregou em uma estrada vicinal, na BR-060, em Abadiânia (GO). João de Deus chegou no Deic (Delegacia de Investigação Criminal), em Goiânia, por volta das 18h de domingo (16). 

A força-tarefa do MP-GO (Ministério Público de Goiás), que atua nas investigações do caso, garante que a prisão de João de Deus não vai interromper o trabalho dos promotores. O órgão afirma que vai continuar ouvindo as vítimas para produzir as denúncias a serem oferecidas contra o médium.

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O pedido de prisão preventiva foi feito pelo Ministério Público, que já recebeu mais de 300 denúncias de mulheres que teriam sido sexualmente abusadas pelo médium. O processo corre em segredo de Justiça.

Assista abaixo à reportagem do Jornal da Record:

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Entendimento da Justiça

O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás afirma que João de Deus usava a fé para cometer os abusos contra as vítimas. O médium prestou depoimento por mais de 4 horas e não admitiu o crime. Segundo as autoridades, o médium será intimado novamente e a expectativa é de que mais mulheres tomem coragem de realizar denúncias contra o médium já que ele está em prisão preventiva. 

Filha de João de Deus relata abusos que teria sofrido do médium

Por fim, o delegado André Fernandes disse ainda que o líder espiritual estava em "perfeito juízo" durante os questionamentos e que não teve nenhum problema de saúde. "Ele lembra das pessoas, explica o que aconteceu, como foi, ele estava em perfeito juízo", afirmou. 

A promotora Maria Gabriela Manssur, responsável pela força-tarefa de São Paulo para ouvir as vítimas do médium, falou com o R7 após a prisão.

“Considero importantíssima [a prisão], uma resposta da Justiça para a sociedade”, diz. “Comprova que ele poderá oferecer risco à ordem pública e também intimidação às vítimas e testemunhas que estão procurando todos os ministérios públicos para fazer as denúncias, muitas delas com muito medo, intimidadas”, completa.

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Ainda de acordo com a promotora a prisão serve para mostrar a gravidade das denúncias.“É uma resposta importante para mostrar que, de fato, são graves e estão sendo apurados com a maior garantia das vítimas possível.”

Entenda o caso

João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.

Após as primeiras denúncias contra o médium, o MP-Go (Ministério Público de Goiás) abriu uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.

Na noite de quarta (12), a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.

Em sua primeira aparição pública após as denúncias, na manhã de quarta-feira (12), João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium e se disse inocente e declarou ainda que estava à disposição da Justiça.

Até a noite desta quinta-feira (13), a força-tarefa do MP-GO atendeu 330 mulheres.

Outro lado

O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.

“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.

Ainda segundo Toron, João de Deus vai se apresentar à Justiça nos próximos dias para colaborar no que for necessário.

O R7 tenta desde a segunda-feira (10) da semana passada ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Um novo contato foi realizado nesta quarta-feira (12), após o pedido de prisão. Uma entrevista com o médium também foi solicitada, também sem posicionamento do acusado.

* Com informações da Agência Brasil e da Agência Estado. 

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