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"Vai haver desemprego. É preciso não ter ilusões", avisa ex-ministro da Fazenda

Rubens Ricupero acredita que emprego com carteira e direitos vão ficar cada vez mais difíceis

Brasil|Alexandre Saconi, do R7

Para o ex-ministro, geração de empregos se tornará obstáculo para os próximos tempos
Para o ex-ministro, geração de empregos se tornará obstáculo para os próximos tempos Para o ex-ministro, geração de empregos se tornará obstáculo para os próximos tempos (Picasa)

Em março, o nível de desemprego no Brasil avançou para o maior nível desde maio de 2011 e começou a gerar preocupação entre analistas da área econômica.

Em entrevista exclusiva ao R7, o embaixador Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco e diretor da Faculdade de Economia da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), disse acreditar que o desemprego será um problema pontual daqui para frente.

— Uma economia que cresça saudável proporciona empregos, como proporcionou até pouco tempo atrás. Empregos com carteira [assinada], com direitos. E é isso que, agora, vai ficar cada vez mais difícil.

Para o ex-ministro, responsável pela implementação do Plano Real em 1994, é preciso ter o "pé no chão" quando o assunto é esse.

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— Na verdade, é preciso não ter ilusões. Embora muitos fatores contribuam para a melhoria do bem-estar, para essa expansão da classe média e do consumo, o fator mais importante é o crescimento da economia.

Esse processo, que afeta a fatia mais pobre da população, é injusto, segundo Ricupero. Para o embaixador, essa é a população que mais vai sofrer, e de maneira injusta.

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— É injusto, mas eles [integrantes da fatia mais pobre da população] sofrerão. Não como está se dizendo, por causa dessas propostas de corrigir os abusos do abono salarial, do seguro-desemprego, dos abusos das pensões. Nisso, o governo tem inteira razão, são abusos, coisas que o País não tem condições de proporcionar. [...] Onde eu creio que vá haver um sofrimento é porque vai haver desemprego. Vai haver [desemprego] e não vai haver crescimento [econômico].

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Já sobre possíveis cortes nos gastos com a área social, o ex-ministro da Fazenda afirmou não acreditar que haverá cortes.

— Eu acredito que o Brasil manterá, por exemplo, o Bolsa Família. Mas o Bolsa Família é apenas um pequeno atenuante da miséria dos mais pobres. Para a maioria da população, a condição indispensável da melhoria terá de vir do crescimento da economia.

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