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Violência no Rio: Temer envia ministros para conversa com Pezão

Raul Jungmann (Defesa) e Moreira Franco (Secretaria Geral) discutem plano de segurança após presidente ficar chocado com arrastões e assaltos no Carnaval

Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo

Pezão e Jungmann discutiram crise da segurança no RJ
Pezão e Jungmann discutiram crise da segurança no RJ Pezão e Jungmann discutiram crise da segurança no RJ

A violência no Rio de Janeiro durante o Carnaval fez o governo federal entrar em alerta. O presidente Michel Temer, que ficou chocado com cenas de arrastão e assaltos, enviou os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Secretaria Geral, Moreira Franco, ao Estado nesta quinta-feira (15) para conversa com o governador Luiz Fernando Pezão.

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Um interlocutor do presidente disse que a situação que se verificou lá era o caso, sem dúvidas, de uma intervenção clássica do governo federal no Estado. Isso, no entanto, teria sérias implicações políticas porque travaria a aprovação da reforma da Previdência.

Plano contra violência

Por conta disso, o primeiro passo poderia ser uma espécie de intervenção branca e aí entra a discussão sobre a criação ou não do Ministério da Segurança Pública, porque poderia ser um caminho, a curto prazo, para o governo federal tentar começar a agir mais cirurgicamente no Rio.

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No entanto, a simples menção de qualquer palavra como "intervenção", ainda que seja "intervenção branca", assusta integrantes do governo, que rechaçam a ideia e limitam-se a dizer que o presidente quer resolver o problema em parceria com o Rio, para evitar maiores novos problemas políticos.

Cenas de violência chocaram Temer e ministros

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As declarações do governador Pezão, antes do Carnaval, dizendo que não tinha tido tempo para ler o plano de segurança para o Estado e, depois, em sua cidade natal, Piraí, no interior do Rio, simplesmente dizendo que faltou planejamento durante os últimos dias, foram consideradas "absurdas" e "inaceitáveis" por interlocutores do presidente.

Temer e seus ministros ficaram "chocados" com o que viram, não só em relação à violência, protagonizada pelo arrastar em um supermercado do Leblon, mas também pelo que chamaram de degradação moral, que se viu em inúmeras imagens veiculadas em mensagens de WhatsApp e que foram levadas ao Palácio da Alvorada, onde o presidente passou o dia tratando de questões de segurança com seus ministros.

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Um dos graves problemas detectados neste episódio, de acordo com avaliação de interlocutores do presidente, é a "falência" do sistema de inteligência do Rio de Janeiro. Como o Rio tem protagonismo na condução deste processo de combate à violência, o governo federal, mesmo com a decretação da GLO - Garantia da Lei e da Ordem, está muito incomodado de estar sendo atacado por todos os lados, sem poder reagir, expondo a todos, inclusive as Forças Armadas, que só agem quando são demandas.

Segurança no Rio

Ao sair do Alvorada na noite desta quarta-feira (14), depois de mais uma reunião com o presidente, o ministro da Defesa anunciou que "novas medidas" poderão ser tomadas pelo governo federal para tentar controlar o quadro de gravidade do Rio de Janeiro, que enfrentou mais um grave problema de segurança durante o Carnaval, sem, no entanto, detalhar nenhuma medida.

— A situação do Rio, durante o Carnaval, foi lamentável e as imagens que se viram impactaram o governo", desabafou Jungmann. Para o ministro, "as cenas vistas durante o carnaval são inadmissíveis e inaceitáveis".

Ao reiterar que o governo federal poderá "ampliar a ajuda" ao Rio, o ministro Jungmann afirmou que as Forças Armadas "agem por demanda" e "não foi demandado nada adicional" para ajudar na segurança do Estado. Ainda segundo o ministro, "por determinação do presidente Temer, nossa avaliação, devemos ver e pensar como podemos ajudar mais".

Ministério da Segurança

A discussão sobre a criação do ministério da Segurança Pública, em separação do Ministério da Justiça, é objeto de discussão dentro do governo e há duas correntes, uma que apoia e acha que essa é a solução para o momento, e outra que é contra, alegando que não há tempo hábil para executar esta divisão e ela ter algum efeito prático.

O próprio presidente Temer inicialmente reconhecia que a divisão "não resolveria" o problema da segurança pública no Rio, ou no resto do País e que ela demandaria muitos recursos, que não estão disponíveis. Mas o assunto está em pauta, embora falte bater o martelo.

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