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Bolsonaro foi de 'resignado' a 'esperançoso' nas discussões sobre tentativa de golpe

Ex-comandante da Aeronáutica diz que ex-presidente chegou a acreditar que poderia reverter resultado das eleições

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro O ex-presidente Jair Bolsonaro (Valter Campanato/Agência Brasil - 18.10.2023)

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior disse em depoimento à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou "resignado" após perder as eleições presidenciais de 2022, mas depois "aparentou ter esperança em reverter o resultado" durante as discussões de um suposto plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder.

Baptista Junior afirmou que participou de diversas reuniões com o ex-presidente após o resultado eleitoral e comentou que, "inicialmente, o então presidente Jair Bolsonaro estava resignado com o resultado das eleições".

De acordo com o tenente-brigadeiro do Ar, Bolsonaro mudou de humor após a apresentação de um estudo feito pelo Instituto Voto Legal, contratado pelo PL, que alegava supostas vulnerabilidades no sistema eleitoral. "A partir do dia 14/11/2022, o ex-presidente da República, com a apresentação do estudo do IVL, aparentou ter esperança em reverter o resultado das eleições", declarou Baptista Junior.

O ex-comandante da Aeronáutica disse à PF que "advertiu o então presidente que o referido estudo não tinha embasamento técnico" e "que o texto era basicamente um sofisma [retórica que procura induzir ao erro, apresentada com aparente lógica e sentido]".

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Apesar disso, de acordo com Baptista Junior, Bolsonaro teria incentivado um plano golpista. À Polícia Federal, o militar afirmou que "nas reuniões com os Comandantes das Forças e com o Ministro da Defesa, o então presidente da República, Jair Bolsonaro, apresentava a hipótese de utilização da Garantia da Lei da Ordem - GLO e outros institutos jurídicos mais complexos, como a decretação do Estado de Defesa para solucionar uma possível 'crise institucional'".

Segundo ele, o ex-presidente chegou a questionar ao então advogado-geral da União, Bruno Bianco, "se haveria algum ato que se poderia fazer contra o resultado das eleições". Bianco, contudo, respondeu que as eleições "transcorreram de forma legal, dentro dos aspectos jurídicos".

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Ex-chefe do Exército disse que poderia prender Bolsonaro

No depoimento à PF, o ex-comandante da Aeronáutica afirmou que o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro caso ele não desistisse de levar adiante um plano golpista para seguir no poder em 2022.

Durante o interrogatório, Baptista Junior disse "que em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o então Presidente da República, após o segundo turno das eleições, depois de o Presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição - GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio, o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República".

Freire Gomes também prestou depoimento à PF sobre o suposto plano de Bolsonaro e disse que "inclusive chegou a esclarecer ao então presidente da República Jair Bolsonaro que não haveria mais o que fazer em relação ao resultado das eleições e que qualquer atitude, conforme as propostas, poderia resultar na responsabilização penal do então Presidente da República".

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